Oficina de Parentalidade traz reflexões sobre como construir família harmoniosa

Por Luiz Gonzaga Neto

Só recapitulando um pouco, estamos aqui reproduzindo depoimentos dos mediadores e conciliadores de Atibaia e Jarinu. Hoje, é a vez da dra. Roseli Fazio Leiva, do Cejusc Atibaia – Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania, que funciona como resultado de parceria com a Prefeitura e a UNIFAAT. Ela cursou Direito de 1981 a 1985, pela PUC São Paulo. Atuou na advocacia nas áreas cível, trabalhista e família.
Em 2010, com a edição da Resolução do CNJ 125/10, quando o Judiciário deu o pontapé inicial para que os conflitos fossem resolvidos pela autocomposição das partes, ela se interessou pelo assunto e, em 2012, participou do I Curso AASP (Associação dos Advogados de São Paulo) de Mediação, Conciliação e Arbitragem, para capacitação de conciliadores, mediadores judiciais, sob a coordenação da Dra. Célia Regina Zapparolli. “Recebi, então, minha capacitação para atuar como mediadora, conciliadora, tanto no âmbito judicial como no privado”, relatou.
O estágio obrigatório referente a este curso foi realizado no Fórum de Santana, na área de Violência Doméstica, inserido no projeto Integra. “Depois do estágio, comecei a atuar como conciliadora naquele Fórum, onde me encontro até os dias atuais. Em 2013, participei do Curso de Mediação Judicial, realizado no CEJUSC de Santana, tendo como coordenador o desembargador Valderci Álvares, coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos.
Logo em seguida, o Fórum de Santana, pelo seu CEJUSC, iniciou as sessões de mediação, quando então, também teve a oportunidade de atuar como mediadora, onde atuo até os dias de hoje. Em 2016, ela fez o Curso de Parentalidade, ministrado pela juíza Vanessa Aufiero da Rocha, em São Vicente, recebendo então a certificação teórica. Para receber a certificação da prática, estagiou no CEJUSC do Fórum Central de São Paulo, coordenado pelo juiz Dr. Ricardo Pereira Jr.
Em 2017, auxiliou na implementação da Oficina de Parentalidade no CEJUSC Santana, continuando até hoje. Em maio
deste ano, implementou-se a Oficina de Parentalidade no CEJUSC Atibaia. Atualmente, além de conciliadora/mediadora, é também
expositora da Oficina de Parentalidade nos CEJUSCs Atibaia e Santana.
“Percebo que a Oficina de Parentalidade é uma ferramenta utilíssima na busca da solução mais adequada de conflitos, porque traz para as partes todo o cabedal de experiências vividas, na prática, por eles. Portanto, eles ‘se enxergam’ nas situações elencadas, quais sejam, a de conflito intenso, normalmente num divórcio litigioso; o que os fazem refletir sobre qual a melhor maneira de conviver com a nova forma de família constituída por eles, sempre priorizando o bem-estar dos filhos”.
A dra. Roseli acredita que a Oficina pode evitar a transformação dos conflitos entre pais em processos judiciais. “A Oficina traz reflexões importantes sobre como é possível se construir uma família de forma mais harmoniosa, buscando sempre a comunicação não violenta, fazendo com que percebam que o diálogo deve ser sempre estimulado para que consigam conjuntamente construir uma ponte entre os dois lares que se formaram com a separação, e não um muro; uma vez que
o bem que é tutelado é o que for melhor para os filhos, portanto, são estimulados, com os exemplos trazidos pela Oficina a buscar
sempre a cultura da paz”.
Segundo a mediadora, ainda é muito difícil para os casais que se separam, conseguirem transpor o estágio do “conflito intenso” para o de “colegas cooperadores”. Porém, já existem muitas ferramentas acessíveis aos ex-casais para que consigam transpor as barreiras criadas durante a convivência. Hoje, a Mediação/Conciliação é uma realidade, inclusive para os casais que não têm poder aquisitivo para a constituição de um advogado