A infância como casulo da saúde da vida adulta

Patricia Andrade
Psicóloga Clínica
CRP 06/168418

A infância é um período que merece uma atenção e dedicação especial, pois as primeiras experiências afetam de forma significativa a construção do futuro adulto que a criança irá se tornar, influenciando em seu desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social. Os pais ou responsáveis são modelos de comportamentos fundamentais nessas experiências iniciais, sendo que esses são os primeiros vínculos constituídos pelo ser humano.
Dessa forma, se faz importante que esses cultivem um relacionamento saudável e afetuoso entre si. Mas, embora isso seja relevante, nem sempre é uma tarefa fácil, pois não existe um manual de instruções de “como ser mãe/pai”, e a criação traz diversos desafios que, por muitas vezes, geram conflitos e dúvidas que afetam diretamente no comportamento, nas emoções e desenvolvimento da criança.
Assim, uma das possibilidades para auxiliar pais ou responsáveis e seus filhos nesses momentos é a psicoterapia infantil, que tem como objetivo ajudar as crianças e seus familiares a terem mais qualidade de vida e a lidarem de forma mais saudável com vários fatores comuns de ocorrerem nesse período, como: choro excessivo; irritabilidade; timidez excessiva; birras; isolamento; agressividade; medo de ficar em determinado ambiente sozinho; ciúmes após a chegada do (a) irmão (a); necessidade extrema de proximidade com os pais; enurese e encoprese; dificuldades escolares; recusar ir à escola de forma repentina; demora a falar ou andar; separação dos pais; perda de algum familiar e mudanças no comportamento em geral.
Desta forma, o trabalho do psicólogo será realizado a partir do brincar, e é através de recursos lúdicos que será possível ajudar a criança a desenvolver habilidades de enfretamento e expressão dos sentimentos, capacitando-as para conseguirem lidar de forma saudável com seus conflitos atuais e colaborando na construção de um adulto saudável. Além do atendimento realizado com a criança, há momentos exclusivos para conversas e orientações aos pais ou responsáveis, que acontecem ao decorrer do processo psicoterapêutico.
Importante ressaltar que a busca por ajuda psicológica não deve ser encarada como uma falta de capacidade dos pais ou responsáveis, pois a criação de filhos é um processo complexo, e erros irão acontecer mesmo que haja um esforço para que eles não ocorram. Além disso, o psicólogo irá acolher não apenas a criança, mas também seus familiares, que são participantes essenciais no desenvolvimento do trabalho psicoterapêutico.