Minha velha USP continua em forma, graças às parcerias

Por Luiz Gonzaga Neto

O impacto social das universidades na sociedade parece óbvio, mas hoje se valoriza muito os indicadores, as políticas públicas e seus resultados. Nesse sentido, as três universidades estaduais paulistas se uniram para desenvolver novas métricas de avaliação de desempenho e comparações internacionais. A ideia é criar um sistema digital de uso comum, mantido pelos escritórios responsáveis pela gestão de indicadores das três universidades. O sistema poderá avaliar com maior precisão não só o desempenho, mas também o impacto socioeconômico, cultural e ambiental das universidades públicas.
Por que me interessa este assunto? Estudei na USP nos anos 70 do século passado e, de olho na expansão da Unifaat em Atibaia, aposto na união dos objetivos. A cooperação entre Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) pode tornar as métricas de desempenho interoperáveis, com auditoria prévia dos indicadores enviados para comparações internacionais. A iniciativa tem apoio da FAPESP, no âmbito do projeto “Indicadores de desempenho nas universidades estaduais paulistas”, vinculado ao Programa de Pesquisa em Políticas Públicas e renovado até o ano de 2022.
Comprovando esse caminho, o Fórum Métricas Diálogos com a Sociedade, realizado em fevereiro de 2021, debateu o desempenho acadêmico no ensino superior entre universidades, agências de fomento, governos, empresas, ONGs e sociedade. O evento, noticiado pelo Jornal da USP, buscou articular parcerias para revisitar as métricas em uso e conceber novos indicadores, em alinhamento com o Projeto Métricas de Desempenho Acadêmico e Comparações Internacionais, mantido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com a parceria do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo. O fórum, no formato on-line, debruçou-se sobre prioridades das universidades em 2021, como a responsabilidade na divulgação dos resultados de pesquisa e a governança universitária.
A programação refletiu o consenso de que um plano de métricas nas universidades beneficia a excelência e favorece o diálogo com a sociedade. Debateu-se a responsabilidade das universidades em contribuir com políticas de inclusão social e as iniciativas de maior impacto nessa área. Participaram, além da reitoria da USP, a Fundação Getúlio Vargas, a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para a reitoria da USP, “as ações de impacto social fomentadas pelas universidades não representam um favor para a sociedade, mas sim uma necessidade das instituições para formar líderes e cidadãos conscientes e para mostrar seu valor para a sociedade. Os alunos devem ser incentivados a atuarem fora dos muros das universidades”. Um exemplo é o programa Aprender na Comunidade, lançado em 2018 pela Pró-Reitoria de Graduação para apoiar as ações de estudantes da USP nas comunidades, reunindo diferentes competências e habilidades e ampliando a interação com a população.

* Luiz Gonzaga Neto é jornalista, analista em comunicação da Câmara de Atibaia e blogueiro, autor de brincantedeletras.wordpress.com. Esta coluna pode ser lida também no site do jornal O Atibaiense – www.oatibaiense.com.br.