Aumento de casos de crises respiratórias lota prontos-socorros de hospitais em Atibaia
Tanto a rede pública como os hospitais privados estão com uma demanda maior de pacientes, causando demora nos atendimentos.
O Atibaiense – Da redação
Atibaia tem enfrentado a dificuldade já registrada em diferentes regiões do país com relação ao crescimento no total de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o que impacta nas hospitalizações, lotando os prontos-socorros públicos e privados.
Nas últimas semanas, moradores relatam dificuldades e demora para o atendimento na Santa Casa de Atibaia, na UPA Cerejeiras e ainda nos hospitais particulares. Não importa se a pessoa tem convênio médico ou não, a lotação dos prontos-socorros e da ala de internações é um problema enfrentado em todos os hospitais da cidade.
Além do atendimento aos moradores de Atibaia, tanto a Santa Casa como os hospitais particulares atendem a região, o que colabora para o aumento da procura por tratamento e consequente lotação dos serviços de saúde.
Tudo porque está acontecendo, em todo o país, um avanço das de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O Boletim InfoGripe da Fiocruz divulgado na quinta-feira, dia 22, mostra que a influenza A segue em franco crescimento na maior parte do país, especialmente na região Centro-Sul.
A atualização do Boletim é referente à Semana Epidemiológica 20, período de 11 a 17 de maio. Os dados reforçam que influenza A segue sendo a principal causa de mortalidade por SRAG em idosos e uma das três principais causas de óbitos por SRAG entre as crianças.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 33,3% para influenza A; 0,9% para influenza B; 53,6% para VSR; 14,6% para rinovírus; e 2,3% para SAars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 69,7% para influenza A; 1,3% para influenza B; 13% para VSR; 9% para rinovírus; e 8,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portella ressalta que as pessoas devem estar com a caderneta de vacinação em dia. “Todas as faixas etárias podem se beneficiar da vacina. Quem não faz parte dos grupos prioritários, e se seu município ampliou a vacinação para toda a população a partir de 6 meses, aproveite também para se vacinar”, orienta a pesquisadora. “No mais, está mantida a recomendação de uso de máscaras em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde. Assim como a manutenção de medidas de etiqueta respiratória”.
A população, no entanto, não tem aderido à vacinação. Contra a Covid-19 foram apenas 12 doses aplicadas em Atibaia no mês de maio, segundo painel do Ministério da Saúde. Com relação à vacina de Influenza, até quarta-feira, dia 21, painel do Ministério da Saúde informava que Atibaia aplicou 25.868 doses, mas a população alvo é de 42.611 pessoas. A cobertura vacinal da população alvo (idosos, crianças e gestantes) é de 39,99% em Atibaia até quarta-feira.
Do total de doses aplicadas, 13.698 foram em idosos, com 45,9% do público-alvo atingido. Espera-se vacinar 29.841 idosos em Atibaia. Apenas 26,01% das crianças foram vacinadas – 2.926 doses das 11.250 previstas. E 27,5% das gestantes receberam a vacina, ou 418 das 1.520 esperadas.
Atibaia aplicou ainda 1.668 vacinas em trabalhadores da saúde e 6.307 em outros grupos considerados não prioritários.
Essa semana, a vacina contra a gripe foi ampliada para toda a população em Atibaia, sem prioridades. É importante que a população procure um posto de saúde para se vacinar e evitar a doença.
É preciso ainda intensificar medidas de prevenção, combatendo o aumento de casos graves por alguns vírus de transmissão respiratória, como o uso de máscaras em locais fechados ou com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde onde a situação for mais preocupante.
Para quem apresentar sintomas de doenças respiratórias, a orientação é adotar a chamada etiqueta respiratória que inclui cobrir o nariz e a boca com lenços de papel ao tossir ou espirrar; evitar abraços, aperto de mão e beijos; não compartilhar copos, utensílios e toalhas; e, lavar as mãos com frequência.