As mulheres ainda lutam bastante para afirmação no mercado de trabalho

De acordo com a Safernet Brasil, dos crimes de ódio praticados na internet em 2021, a misoginia foi o mais denunciado no país em números absolutos: 7.096 casos.

Foto/Canva

O mercado de trabalho no país ainda é muito cruel com as mulheres, que em muitos casos são responsáveis por suas famílias. Ganham menos e têm acesso mais difícil aos cargos mais elevados de gerência e direção. Além disso, a violência contra a população feminina apresenta grande incidência, não apenas no plano físico. Segundo relatório produzido pela ONU, uma a cada cinco mulheres em todo o mundo já sofreu algum tipo de violência no ambiente digital. De acordo com a Safernet Brasil, dos crimes de ódio praticados na internet em 2021, a misoginia foi o mais denunciado no país em números absolutos: 7.096 casos.

 

 

Vanessa Cepellos, em artigo publicado no site da FGV, nota “que as mulheres jovens podem enfrentar dificuldades logo no início da carreira. Enfrentam discriminação nos processos seletivos devido aos estereótipos relacionados à inexperiência e imaturidade, o que pode impactar fortemente nas oportunidades de inserção no mercado de trabalho e, consequentemente, maiores dificuldades durante a ascensão profissional. Muitas jovens acabam adotando mecanismos para se defenderem: falas mais diretas, roupas mais masculinas, salto alto, óculos e penteados que as envelheçam. Por outro lado, mulheres com mais idade são vistas, frequentemente, como menos produtivas e consideradas velhas para o mercado de trabalho ainda com 40 anos de idade. Parece não haver, portanto, a idade certa para ser uma profissional mulher. Ora muito jovem, ora muito velha. Tem algo muito errado, não se pode negar”.
“As organizações devem se atentar e combater fortemente a desigualdade de gênero, sem deixar de olhar para as mulheres de diferentes idades. Sugere-se que as empresas construam uma cultura organizacional que valorize a diversidade, a partir de um processo de conscientização dos colaboradores, além da adoção de práticas de gestão de pessoas que contribuam para que mulheres tenham melhores condições de trabalho. Metas de diversidade, incentivo às redes de apoio e investimento em liderança feminina são apenas algumas iniciativas possíveis. Pode-se ir mais longe: é possível, necessário e urgente”, afirmou Cepellos.
Quando as mulheres se dedicam a carreiras “eminentemente” masculinas, as dificuldades aumentam. Segundo a FGV, além da relevância da presença feminina na área de exatas, cursar Matemática ou Ciência de Dados, muitas vezes pode causar estranheza para grande parte das pessoas, por ainda existirem poucas mulheres nos cursos. No caso das meninas, para além de personalidades femininas na ciência, são importantes a união entre mulheres, o fortalecimento e o enfrentamento de desafios, a falta de representatividade. Ser vista por outra mulher e representada ainda é escasso na área das exatas. A resiliência de continuar o curso mesmo depois de tantos preconceitos de gênero é fundamental. Por isso, elas ressaltam a importância da união de mais mulheres nesses cursos, para estabelecerem parcerias e trocas de conhecimento em busca, fundamentalmente, de avanços.

* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.