Botijão de gás de cozinha já ultrapassa R$ 100 em Atibaia

Dados da FGV indicam que o gás de botijão compromete 1,3% do orçamento familiar em média. Esse peso é maior para as famílias de renda mais baixa. Foto sindimetal

O Atibaiense – Da redação

O preço do botijão de gás já ultrapassou o valor de R$ 100 em Atibaia, como constatou o jornal O Atibaiense na semana passada, refletindo o mercado no Estado e no país. Os especialistas estão alertando que a disparada de preços está reduzindo os alimentos no prato dos brasileiros – e também a forma como eles são preparados. Desde o início do ano, o preço médio do botijão aos consumidores subiu cerca de 30%, conforme a Agência Nacional do Petróleo (ANP), passando de R$ 75 no final de 2020 e agora para mais de R$ 100, o que representa mais de 5 vezes a inflação acumulada no período, de 5,67%.
Dados da FGV indicam que o gás de botijão compromete 1,3% do orçamento familiar em média. Esse peso é maior para as famílias de renda mais baixa. Em alguns locais, os consumidores chegam a pagar R$ 135 pelos 13 kg – quase 10% de um salário mínimo. E são obrigados a tentar cortar outros gastos. Consultando consumidores em Atibaia, há quem tente substituir o uso do fogão a gás pelos equipamentos elétricos, mas o preço da energia também disparou, invalidando essa “saída”.
O preço do produto é definido pela Petrobras nas refinarias, mais tributos federais (PIS/Pasep e Cofins) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda. Desde março, os tributos federais sobre o gás de cozinha em botijões de 13 kg, 3% de todo o valor final, estão zerados. Por outro lado, como item derivado do petróleo, sofreu influência dos preços internacionais. Desde o início do ano, o barril de petróleo subiu mais de 40%. Além da política de preços da Petrobras seguir a variação do mercado externo, parte considerável do GLP consumido no Brasil é importada. Assim, quando os preços sobem lá fora, sobem aqui também, situação agravada pelo câmbio, que vem desvalorizando o real perante o dólar.
O consumidor deve pesquisar e usar aplicativos para comparar preços. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) atribui os preços altos também aos custos logísticos porque,devido à densidade demográfica e distâncias os gastos de transporte são mais elevados. No ano passado, o Procon SP chegou a fazer um acordo com o sindicato para manter estável por três meses (entre abril e julho) o preço do botijão, naquela altura em R$ 70.