Em operação, Hospital Municipal salvará mais de 5 vidas por mês, aponta estudo

O laudo da Fipe aponta que, entre 2008 e 2019, a média de mortes anuais observadas na Santa Casa de Atibaia foi de 187.

As obras para a construção do Hospital Municipal em Atibaia seguem paralisadas por conta de um processo judicial que contesta o valor do empreendimento. Caso estivesse em operação, o hospital resultaria em 66 vidas salvas em um ano, e, a cada mês de atraso na implantação do hospital, são 5,5 vidas que deixam de ser salvas. A conclusão consta em um relatório da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que analisou o impacto que a construção e a operação do hospital terão sobre a saúde da população de Atibaia.

O laudo da Fipe aponta que, entre 2008 e 2019, a média de mortes anuais observadas na Santa Casa de Atibaia foi de 187. Esse valor é bem menor que o último valor de 253 óbitos observado em 2019. Os dados mostram uma tendência de alta na mortalidade ocorrida no local entre 2017 e 2019. Como estimativa conservadora, o estudo considerou razoável supor que o novo hospital reduzirá a atual taxa de mortalidade de 253 habitantes para, pelo menos, a média histórica de 187 mortes anuais, salvando, anualmente, cerca de 66 vidas (253 menos 187).

Contando com 125 leitos de Enfermaria e de UTI em seu projeto, o Hospital Municipal prevê o dobro da capacidade de atendimento atual da rede pública da cidade (SUS), que é de 60 leitos disponíveis na Santa Casa de Atibaia. Neste momento de pandemia que vivemos, o Hospital Municipal poderia representar uma alternativa importante diante do cenário de falta de leitos na região.

A avaliação realizada pela Fipe, órgão de apoio institucional ao Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, sobre o hospital em Atibaia tinha como foco a escolha da Prefeitura pelo modelo de locação de ativos, que é um contrato de cessão de direito de uso de ativos públicos (terreno) cumulado com locação de infraestrutura (hospital). Ou seja, a obra é custeada e gerida pela empresa vencedora da licitação e o hospital é revertido para o município após a sua conclusão, quando a Prefeitura também começa a pagar pela obra.

Segundo o laudo da Fipe, o sistema escolhido pela Prefeitura é mais vantajoso e representa uma economia de R$ 11,47 milhões na comparação com o sistema de contratação de obras públicas pelo regime clássico de empreitada. Além disso, considera que o contrato de locação de ativos praticamente elimina os riscos de atrasos na entrega da obra, o que contribuirá para melhorar o nível de atendimento de saúde da população de Atibaia e salvar vidas.

“O atraso na construção do hospital acarretaria a perda de 66 vidas anuais, em adição a tendência média de mortes na cidade, aplicando-se a teoria do capital humano, essa quantidade de vidas salvas equivaleria a um valor monetário de R$ 13.926.867,36, que, por si só, mais do que valida a escolha da locação de ativos pela prefeitura por evitar atrasos, visto que atrasos têm custos em termos de vidas humanas”, conclui o laudo da Fipe, que foi coordenado pelo renomado professor da USP Denisard Alves.