A vacinação dos profissionais da Educação e a volta às aulas

A vacinação dos profissionais da Educação começou na segunda-feira, dia 12, em todo o Estado de São Paulo. Atibaia recebeu 1.150 doses em um primeiro lote para esse público. Com a autorização da retomada das aulas na rede estadual e rede privada de ensino, é fundamental que os profissionais sejam imunizados o mais breve possível.
A campanha atual atinge auxiliares de serviços gerais, faxineiras, mediadores, merendeiras, monitores, cuidadores, diretores, vice-diretores, professores de todos os ciclos da educação básica, professores coordenadores pedagógicos, além de professores temporários com mais de 47 anos de idade. Profissionais com menos de 47 anos ainda não têm previsão de vacinação. Mas já é um avanço o início da imunização.
Desde quarta-feira (14), as escolas da rede estadual retomaram as atividades presenciais em sala de aula de forma gradual e não obrigatória, depois de o Estado sair da fase emergencial e voltar a ser classificado na fase vermelha do Plano SP.
Na fase vermelha, as escolas, de todas as redes de ensino, podem funcionar obedecendo o limite de atender até 35% dos alunos por dia, respeitando os protocolos do segurança.
A recomendação é de que sejam priorizados nas atividades presenciais nas escolas estaduais os alunos com severa defasagem de aprendizado; dificuldade de acesso à tecnologia; necessidade de alimentação escolar; cujos responsáveis trabalhem em serviços essenciais e com saúde mental sob risco.
No caso de Atibaia, o decreto publicado pela Prefeitura em 13 de março já estipulava que as escolas estaduais da cidade deveriam seguir as diretrizes do governo estadual. As escolas particulares estavam autorizadas desde aquela data a desenvolver atividades híbridas (presenciais/remotas), ficando a cargo de cada proprietário sua abertura ou não, levando em consideração que a recomendação de que pais e responsáveis só mandem seus filhos para a escola em caso de necessidade. As escolas precisam respeitar o limite máximo de 35% do total de alunos matriculados, conforme previsto no decreto estadual, além do cumprimento rigoroso dos protocolos sanitários.
Até o fechamento desta edição, a rede municipal de ensino de Atibaia continuava com aulas presenciais suspensas.
Um levantamento realizado por pesquisadores da Rede Escola Pública e Universidade (Repu) indicou que a incidência de Covid-19 entre professores das escolas estaduais de São Paulo no início deste ano foi maior do que a registrada na população em geral.
Os resultados mostraram que a incidência da doença entre os professores foi quase o triplo (2,92 vezes) da registrada na população de 25 a 59 anos do estado de São Paulo, que foi utilizada como base de comparação. Isso significa que os professores foram 192% mais infectados que a população em geral, naquela faixa etária.
Foram acompanhadas 554 escolas da rede estadual paulista e selecionadas para análise 299 que forneceram os dados sobre casos de Covid-19 entre professores no período de 7 de fevereiro a 6 de março – correspondente a quatro semanas epidemiológicas. O levantamento constatou ainda que, no período analisado, o crescimento da incidência de Covid-19 entre os professores nas escolas monitoradas foi de 138%, ante 81% do registrado na população comparada.
Já a Secretaria de Estado da Educação traz dados diferentes. Boletim epidemiológico sobre as infecções por Covid-19 na comunidade escolar como um todo – professores, funcionários e estudantes – entre 3 de janeiro e 6 de março (correspondente a nove semanas epidemiológicas) concluiu que a incidência do vírus nas escolas, incluindo públicas e particulares, foi menor do que fora delas.
“No período acumulado, desde a primeira até a nona semana epidemiológica, a taxa de incidência notificada pelas escolas públicas e privadas foi 33 vezes menor do que a do estado. Tal fato está em consonância com as evidências científicas que apontam que os números de contaminação relativos àqueles que frequentam o ambiente escolar são sempre inferiores aos da transmissão comunitária”, divulgou a secretaria no boletim. Os pesquisadores do Repu contestam não apenas esse resultado mas outras declarações do boletim.
Independente dos estudos sobre a contaminação, acelerar a campanha de vacinação não apenas para os grupos prioritários já existentes, mas também para profissionais da educação é essencial para a volta às aulas de forma mais segura.