Efeito pandemia: Atibaia tem saldo negativo de 1.954 vagas de emprego no primeiro semestre

Município registrou 7.744 desligamentos e 5.790 admissões entre janeiro e junho de 2020, gerando saldo negativo de empregos.

 

 

O governo federal divulgou recentemente os dados do primeiro semestre referentes aos empregos no Brasil. As estatísticas mostram que Atibaia ficou com saldo negativo de -1.954 vagas de empregos, ou seja, houve mais demissões que contrações no período.
O chamado Novo Caged traz dados dos sistemas eSocial, Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e Empregador Web. No caso de Atibaia, entre janeiro e junho foram 5.790 admissões, mas houve 7.744 desligamentos, gerando resultado negativo, ou seja, mais desemprego.
Nas informações com ajustes apresentadas, janeiro e fevereiro tiveram saldo positivo de vagas (mais contratações). Em janeiro o saldo positivo ficou em 15 vagas e em fevereiro em 149. A partir de março, no entanto, com o início da pandemia do novo coronavírus, começaram a aumentar as demissões.
O impacto da pandemia na geração de empregos na cidade fica nítido nos dados apresentados, especialmente em março e abril, meses em que houve regras mais rígidas para empresas e a maioria precisou permanecer fechada.
Em março o saldo negativo ficou em 534 vagas. Houve 1.399 admissões e 1.933 demissões. Em abril veio o maior impacto na geração de empregos, com saldo negativo de 1.158 vagas, sendo 380 admissões e 1.372 desligamentos.
Em maio a situação começou a melhorar, apesar do saldo negativo de 377 vagas, sendo 494 admissões e 838 desligamentos. Em junho, o saldo continuou negativo, mas já começou a diminuir a diferença entre contratações e demissões. O saldo negativo ficou em 49, com 631 admissões e 680 desligamentos.

SETORES AFETADOS
O setor com o maior número de demissões foi o de serviços, com saldo negativo de 896 empregos formais. Foram 2.491 contratações no semestre e 3.387 demissões. Em seguida, vem o comércio, afetado com saldo negativo de 603 vagas (1.576 admissões e 2.179 desligamentos). Em terceiro está a indústria, com saldo negativo de 435 vagas, sendo 1.446 admissões e 1.881 desligamentos no semestre. Agropecuária não sentiu tanto a crise da pandemia, com 42 contratações e 53 desligamentos no período (-11) e o setor de construção teve diferença negativa de 9 vagas – houve 235 contratações e 244 demissões.

PERFIL DOS DEMITIDOS
Os homens foram os que mais sofreram demissões. Do saldo negativo de 1.954 vagas, 1.032 eram homens e 922 mulheres. Levando em conta o grau de instrução, aqueles com ensino médio completo foram os mais afetados, sendo 1.149; em seguida estão as demissões daqueles com ensino médio incompleto, com 240; seguido de ensino fundamental completo (237) e ensino fundamental incompleto (228).
Pessoas com ensino superior foram as menos afetadas. Do saldo negativo total, foram 55 com ensino superior completo e 47 com ensino superior incompleto. No caso de analfabetos, houve duas contratações, deixando saldo positivo.
A faixa etária mostra que do total de saldo negativo, 559 eram de pessoas entre 30 e 39 anos; 436 de 18 a 24 anos; 352 de 50 a 64 anos; 341 de 40 a 49 anos; 280 de 25 a 29 anos e 41 com 65 anos ou mais. Na faixa etária de jovens com até 17 anos houve saldo positivo de 55 vagas.

NOVO CAGED
Desde janeiro de 2020, o uso do Sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi substituído pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para parte das empresas, conforme estabelecido pela Portaria SEPRT nº 1.127, de 14/10/2019. Permanece a obrigatoriedade de envio das informações por meio do Caged apenas para órgãos públicos e organizações internacionais que contratam celetistas.
Embora a maior parte das empresas esteja obrigada a declarar o eSocial, muitas deixaram de prestar informações de desligamentos a este sistema. Para viabilizar a divulgação das estatísticas do emprego formal durante esse período de transição, foi feita a imputação de dados de outras fontes.
O Novo Caged é a/ geração das estatísticas do emprego formal por meio de informações captadas dos sistemas eSocial, Caged e Empregador Web.
A metodologia de imputação adotada para o ajuste das informações prestadas ao eSocial e ao Caged visa assegurar a qualidade e a integridade das estatísticas do emprego formal durante a transição dessas fontes de captação de dados. A SEPRT apura tecnicamente o recebimento dessas informações nos registros administrativos e atua de forma a divulgar as estatísticas do emprego formal com segurança metodológica e transparência.

O Atibaiense – Da redação