Comunicação precisa de mediação e vive de escrita clara e objetiva

Esta é uma dica preciosa que recebi do Dr. Rogério Correia Dias, juiz eleitoral e coordenador do CEJUSC, amigo do jornal O Atibaiense, amizade feita de atenção, dedicação, apuro na elaboração de textos e de sugestões a este centenário periódico. Ele nos alertou para notícia sobre o trabalho da jornalista, escritora e professora Dad Squarisi, que faleceu em 10/8, aos 77 anos, em Brasília. Com leveza e humor, por quase 30 anos, ela coluna no jornal Correio Braziliense para fomentar o bom uso do português. Por compartilhar o que sabia, Dad se tornou referência entre colegas da comunicação e também por profissionais de outras áreas, como advogados.
Que história bonita! Ela trabalhou como revisora no Senado Federal, apreciando sob a ótica rigorosa da língua portuguesa diversas leis que foram enviadas à sanção da Presidência da República. Entre diversos livros que produziu, incluindo os manuais de redação do Correio Braziliense, destacam-se “A Arte de escrever bem: um guia para jornalistas e profissionais do texto” e “Como escrever na internet”. “Brandura, elegância e moderação foram atributos que jamais lhe faltaram no trato com pessoas próximas ou que acabara de conhecer. Assim como disciplina, rigor e vontade férrea no combate a textos mal escritos. Não perdoava desrespeito à língua que adotara e amou até o último momento de sua vida”, escreveu Ricardo Noblat, em seu blog, no portal Metrópoles. Um exemplo para todos nós!
Olha esta dura verdade: “Somos os piores revisores de nós próprios. O certo é deixar essa tarefa a cargo de outra pessoa”, escreveu o jornalista Paulo José Cunha. Nesse caminho, Dad ensinou a arte da comunicação a diversas gerações. Além do português e do árabe, dominava francês, inglês e espanhol. “A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e vem de histórias, incorpora palavras de outros idiomas. Vale o exemplo de Páscoa. Hebraica, a dissílaba quer dizer passagem e é tão antiga quanto Adão e Eva. Bem antes de Moisés vir ao mundo, os pastores nômades comemoravam a Páscoa. Cantavam e dançavam pela despedida do inverno e a chegada da primavera, quando a neve se ia, os campos se cobriam de pastagens e os alimentos abundavam”, exemplificou.
O modelo é excelente e voltar sempre aos livros é a lei, meus amigos. Por isso, recentemente, comprei e comecei a ler o livro do professor Caetano Galindo “Latim em Pó”, que traz uma história do português falado hoje por mais de 210 milhões de brasileiros. Como a crítica literária vem apontando, é uma história que tem passagens pela Roma Antiga, esbarra no latim, é profundamente marcada pelo colonialismo e encontra até explicações no trabalho minucioso de “arqueólogos” da língua. Este tema é vasto até demais!