Número de fraudes em ligações de água avança em Atibaia

Há casos de ligações clandestinas e principalmente de fraudes nos hidrômetros, a maioria para que não seja possível a leitura do consumo de água.

O Atibaiense – Da redação

A SAAE de Atibaia tem intensificado a fiscalização de ligações clandestinas no sistema de abastecimento de água e ainda fraudes que prejudicam a leitura do consumo nos hidrômetros. As multas podem ultrapassar os R$ 2.500,00.
Na Imprensa Oficial existem várias publicações de autuações e multas. Há caso, por exemplo, de ligação clandestina, com constatação de que pessoa estava utilizando cano para interligar ramal com parte interna do imóvel. A multa nesse caso foi de R$ 2.266,35.
Outro caso foi de intervenção indevida no cavalete, com modificação para instalação de válvula reguladora de pressão. A multa foi de R$ 1.712,83. Há fraudes em hidrômetros constatadas também. Uma delas com colocação de ímã, que faz com que o consumo não seja registrado. A multa foi de R$ 2.512,25. Outra fraude foi a colocação de arame travando a turbina, não permitindo o registro de consumo, com multa de R$ 2.266,35.
As fraudes prejudicam todo o sistema de abastecimento de água. A fiscalização tem sido constante. Ligações clandestinas e fraudes em hidrômetros podem causar vazamentos, contaminação da água, perda de pressão da rede. Pode ainda ser responsável pela falta de água em um bairro inteiro.
Outro problema é que quem comete fraude costuma gastar mais água, pois não paga a fatura. Em um momento de crise hídrica, a atitude é extremamente grave.
O Sistema Cantareira está com nível baixo. Nessa sexta-feira (27) estava com 37,5% da capacidade. Na mesma data em 2020 estava com 48,5% – 11% a mais.
Um boletim do Consórcio PCJ sobre a disponibilidade hídrica nas Bacias PCJ, divulgado agora em agosto, projeta o Sistema Cantareira com 20% do volume útil no fim de 2021. O documento mostra que a permanecer o comportamento climático atual, o Sistema Cantareira, importante reserva de água para as Bacias PCJ e para a Grande São Paulo, deverá chegar em dezembro de 2021 com apenas 20,20% do seu volume útil. Esse dado é parecido com o verificado em dezembro de 2013, quando o sistema bateu os 21% de reserva, o que levou o Consórcio PCJ a liberar o seu primeiro alerta para a potencial crise hídrica que se confirmou no ano seguinte.
No documento enviado a todos os membros associados à entidade, verifica-se pelos gráficos apresentados que as chuvas nesse ano estão abaixo da média histórica. “Apenas os meses de janeiro e julho conseguiram apresentar volume acumulado de precipitações dentro do esperado para a região das Bacias PCJ, mas na média anual estamos abaixo do volume esperado. No Sistema Cantareira esse dado é ainda mais preocupante, já que em nenhum mês de 2021 choveu dentro da média para o período”, diz o boletim.
Segundo o consórcio, esse comportamento climático tem impactado as vazões dos rios das Bacias PCJ, diminuindo o volume de água disponível. “Por exemplo, o Rio Piracicaba, na cidade de Piracicaba, registrou vazão média para o mês de julho de 21,09 m³/s, quando o esperado é de 63,01 m³/s, o que representa 44.912 piscinas olímpicas a menos de disponibilidade de água”.
O documento diz ainda que o mesmo fenômeno tem sido verificado em todos os rios da região e, inclusive, nas vazões de afluência ao Cantareira, ou seja, no volume de água que chega até os reservatórios. “Essas ocorrências levam a equipe técnica do Consórcio PCJ a entender que a nossa bacia hidrográfica está sob ação de um evento climático extremo e com poder para causar impactos em 2021 e com reflexos no próximo ano”.
“Os municípios atendidos pelo Sistema Cantareira, ou seja, aqueles que estão localizados nas calhas dos Rios Atibaia, Jaguari e Piracicaba, tendem a estar mais seguros, devido às vazões adicionais dos reservatórios, mas se esse fenômeno climático seguir durante esse ano e início de 2022, poderão no próximo ciclo seco ter problemas de disponibilidade. Porém, os municípios que estão nas bacias não atendidas pelo Cantareira, podem enfrentar escassez severas já nesse ano, especialmente entre os meses de agosto e outubro, quando a estiagem se intensifica”, continua o boletim.
Na conclusão do Boletim, o Consórcio PCJ atenta que o momento é de Alerta e que as precipitações abaixo da média vêm sendo verificadas nos últimos quatro anos, contudo, o que se nota em 2021 é uma intensidade maior ainda. Diante desse cenário, a entidade recomendou aos municípios para iniciarem ações de contingenciamento, como campanhas de uso racional da água e execução de obras de ampliação da reserva de água bruta ou tratada para quando as chuvas voltarem a ocorrer, além de medidas de longo prazo como reflorestamento de nascente e matas ciliares, desassoreamento de reservatórios já implantados e recuperação de mananciais.