75% dos brasileiros não realizam a correta separação do lixo
Empresa focalizada em economia circular reforça a importância do tema para a reciclagem.
Foto/Canva
Segundo pesquisa recente realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de comprometimento das pessoas com a seleção adequada do lixo doméstico é de apenas 25% no Brasil. Apesar de o volume médio de resíduo gerado diariamente ser correspondente a 1kg por pessoa, cerca de 75% dos brasileiros deixam de realizar a correta separação dos sólidos. Entretanto, a questão acaba sendo mais profunda do que se imagina, já que a negligência afeta diretamente a coleta seletiva e a reciclagem no país.
O Panorama do Saneamento Básico no Brasil 2021 aponta a organização dos rejeitos como um fator fundamental para a viabilização do reaproveitamento dos resíduos sólidos e possibilidade de um destino diferente, ao invés do convencional. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), de 66,6 milhões de toneladas de lixo gerados em 2020, cerca de65,3 milhões de toneladas tiveram como disposição final o solo. Desse volume, 73,8%foi descartado em aterros sanitários, 14,6% em lixões e 11,6% em aterros controlados.
Por isso, a relação do consumo e o descarte deve ser consciente. Além dos malefícios ambientais, o manejo inadequado do lixo doméstico pode ser prejudicial tanto do ponto de vista sanitário quanto econômico e social. “A negligência com a separação dos sólidos interrompe toda uma cadeia de transformação de resíduos onde há o reaproveitamento dos insumos, reciclagem dos materiais e geração de renda para os catadores envolvidos na coleta seletiva. Da mesma forma, há a diminuição do volume de rejeitos nos aterros sanitários, um desafio para a atualidade”, explica o diretor administrativo da Lar Plásticos, André Novelli.
A plataforma de economia circular localizada em Atibaia atua na transformação do resíduo plástico em matéria-prima para a produção de novos artigos e, por isso, ressalta aspectos importantes da separação do lixo doméstico, sendo o primeiro deles a seleção entre os itens recicláveis, não recicláveis e orgânicos.
“Em casa, é possível envolver os familiares para que todo o resíduo gerado seja categorizado e tenha um destino sustentável. Essa classificação auxilia inclusive na reutilização de restos de alimentos úteis para a compostagem, como cascas de frutas, por exemplo”, comenta o gestor da Lar Plásticos.Com relação as embalagens recicláveis, ele orienta que sejam separadas limpas e sem quaisquer resquícios de comida. A higienização básica evita atrair vetores de doenças, principalmente ratos, e o mau cheiro, além de auxiliar na manutenção do valor agregado do material.
Atualmente, a Lar Plásticos recebe por mês cerca de 1,2 toneladas de plástico pós-consumo para o reaproveitamento e está amplamente comprometida com a sustentabilidade em todos os seus processos, desde a triagem até a produção de novos artigos, colaborando também para a disseminação da educação e conscientização ambiental.
Coleta Seletiva
Atibaia tem 100% de coleta seletiva na área urbana, administrada pela SAAE e realizada pela empresa terceirizada, e com apoio dos moradores rurais do municipio . Todo o material reciclável coletado no município é encaminhado para a Central de Triagem, no Caetetuba, onde integrantes da Cooperativa São José fazem a separação do lixo reciclável e o comercializam.
A coleta seletiva de “porta em porta” é realizada uma vez por semana. No dia específico da coleta seletiva, o morador deve separar apenas o lixo reciclável para colocar em sua lixeira. Em alguns bairros a coleta será feita através de Pontos de entrega voluntária.
Confira abaixo algumas dicas do que pode e do que não pode ser colocado na coleta seletiva:
O QUE É RECICLÁVEL
Papel: jornais, revistas, folhas de caderno, formulários, aparas de papel, fotocópias, envelopes, rascunhos, cartazes, embalagens Tetra Pak (caixas de leite, sucos), cartolina, papelão, caixas etc.
Vidro: garrafas, copos e recipientes em geral etc.
Plástico: embalagens pet (refrigerante, suco, óleo, vinagre etc.), pote de margarina, copos, materiais de limpeza, canos e tubos, sacos plásticos, frascos de xampus, detergente etc.
Metal: latas de óleo, de leite em pó, de refrigerante, de alimentos como sardinha, atum, molho de tomate etc.
O QUE NÃO É RECICLÁVEL
Papel: carbono, higiênico, metalizado, celofane, plastificado, sujo, etiqueta adesiva, guardanapo, papel toalha, tocos de cigarro, fotografias, fita crepe, papéis engordurados etc.
Vidro: espelhos, vidros planos, cristal, ampolas de medicamentos, lâmpadas, cerâmicas, porcelanas, tubos de TV etc.
Plástico: cabos de caneta, tomadas, cabos de panela, espuma, teclado de computador, acrílicos, embalagens metalizadas (como de salgadinhos), mistura de papel com plástico e metal etc.
Metal: clipes, grampos, esponjas de aço, canos, latas de tinta, latas de combustível, pilhas, baterias etc.
Vale ressaltar que embalagens de isopor, como as utilizadas para embalar frios em supermercados, marmitas e as que vêm em caixas de eletrodomésticos e eletrônicos, não são recicláveis e devem ser colocadas no lixo comum.
COMO SEPARAR O LIXO RECICLÁVEL
Você deve colocar o material reciclável em um saco de lixo separado do lixo orgânico (restos de alimentos, cascas de frutas etc.). Não é preciso ter um saco para cada tipo de reciclável (metal, plástico, vidro e papel), mas não deve haver lixo comum junto. Também é recomendado que os materiais recicláveis sejam lavados. As embalagens sujas são mais difíceis de reciclar e ainda atraem ratos e baratas.
Datas e horários da coleta seletiva no seu bairro
O caminhão de coleta de lixo seco (reciclável) passará em dias alternados aos da coleta de lixo úmido (comum/orgânico)