Cemitérios de Atibaia têm mais de 200 túmulos furtados

Ao menos 136 túmulos tiveram placas e adereços em bronze furtados no Cemitério do Alvinópolis. No Centro, foram ao menos outras 72 sepulturas.

O Atibaiense – Da redação

Os dois cemitérios municipais foram invadidos por bandidos em julho e tiveram centenas de peças em bronze furtadas dos túmulos e jazigos. Os ladrões levaram placas com identificação das pessoas sepultadas, molduras de fotos (com as fotografias junto), crucifixos, esculturas e outros adornos.
Foram registrados dois boletins de ocorrência sobre os furtos. O primeiro, referente ao Cemitério São Sebastião, na Avenida São Paulo, no Alvinópolis. O caso teria ocorrido na madrugada do dia 4 de julho. O responsável pelo local informou no B.O. que foram constatados furtos de adornos de136 sepulturas e jazigos. Há no documento uma relação dos túmulos.
No dia 27 de julho, foi a vez do Cemitério São João Batista, na Rua Monsenhor Kohly, no Centro, ser furtado. Do local, foram levados itens em bronze de 72 sepulturas e jazigos.
O jornal O Atibaiense apurou que o número de sepulturas furtadas pode ser ainda maior, já que itens ainda não identificados podem estar faltando.
Os funcionários dos cemitérios perceberam a ação dos ladrões no dia seguinte aos crimes, quando chegaram para trabalhar e perceberam itens faltando nas sepulturas. Não há vigias noturnos nos locais, nem câmeras de monitoramento ou alarmes, o que facilitou a ação dos criminosos.
Alguns munícipes perceberam os furtos em sepulturas de familiares e procuraram a Prefeitura para reclamar e cobrar providências.
Nossa reportagem apurou ainda que há cerca de um ano que furtos não eram percebidos ou relatados nos cemitérios municipais. Últimos casos teriam ocorrido pouco antes do feriado de Finados de 2022.
Em julho, foram dois casos grandes, um em cada cemitério. O delegado titular de Atibaia, Dr. Sebastião Alves de Oliveira, informou que o caso é investigado pela equipe do SIG (Setor de Investigações Gerais), sob o comando do delegado Dr. Hermes Jun Nakashima.
A Prefeitura foi procurada por nossa reportagem e questionada sobre ações para coibir esse tipo de crime. Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Pública, “assim que os crimes foram constatados, a pasta registrou um boletim de ocorrência”. A Pasta alegou ainda que as imagens obtidas pelo Centro de Operações e Inteligência (COI) foram entregues à Polícia Civil para auxiliar na identificação dos criminosos.
“A Prefeitura ressalta que o Gabinete de Gestão Integrada (GGI) desenvolve, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, operações de fiscalização em diversos estabelecimentos para combater a receptação de todos os tipos de materiais. Além disso, a Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar reforçaram as ações de patrulhamento preventivo no entorno dos cemitérios e demais áreas apontadas pela inteligência”, continua a nota enviada ao jornal.
Segundo uma fonte, a fiscalização para evitar receptação pode não surtir efeito, pois desconfia-se que os ladrões estejam levando as peças para vender fora de Atibaia. E há suspeitas de que sejam pessoas de fora cometendo os crimes.
A Prefeitura também destacou em sua nota que a população pode contribuir com as forças de segurança realizando denúncias pelos seguintes telefones: 153 (Guarda Civil Municipal), 190 (Polícia Militar) e 181 (Disque Denúncia).
Pela resposta dada em nota, nenhuma ação preventiva é estudada no momento. Não há previsão de contratação de vigias noturnos, nem colocação de câmeras, alarmes e cercas elétricas que possam inibir esse tipo de ação.