O papel do mediador em política pública

O Centro Brasileiro de Mediação publicou em seu site artigo sobre o tema do título, assinado por Marcio Felix. “Para ser bem-sucedida, a política pública deve ser consequência da contribuição de estudiosos e pesquisadores, das diversas áreas do conhecimento, aliados aos membros da comunidade, e não pode estar atrelada apenas a um governo ou partido político. Nesse contexto, obviamente, surgem conflitos em que o processo de mediação se apresenta com dois tipos de mediadores bem definidos: mediador do ambiente social (comunitário) e o mediador institucional”, apontou.
Segundo o autor, um papel em destaque nesse processo é o do mediador do ambiente social, conforme define Enia Briquet, em sua obra Manual de Mediação – Teoria e Pratica na Formação do Mediador: “é geralmente uma pessoa respeitada na comunidade onde vive, que tem prévio relacionamento com as partes. Mesmo não sendo neutro, é reconhecido pelas partes como justo. Ele atua em disputas que envolvam relacionamentos continuados e pode aplicar certa pressão para que as partes se resolvam. Em geral, ele se mantém envolvido com as partes até que a implementação do acordo tenha sido finalizada”.
Já os mediadores institucionais, conforme observa Jean-François Six, normalmente são integrantes dos quadros de órgãos públicos. Os mediadores institucionais são, “essencialmente, especialistas formados para atender a um problema específico, bem definido, pelo qual vão responder”. Para este autor, o “aumento dos conhecimentos necessários à decisão e uma grande virtuosidade para se encontrar no emaranhado da lei os tornaram pouco a pouco imprescindíveis”.
Entre as habilidades desejáveis dos mediadores de conflitos em políticas públicas, ainda que de forma complementar, estão: conhecer as etapas do processo de resolução consensual de conflitos coletivos referentes à negociação, estudos técnicos, redação e ratificação/homologação do acordo; e compreender a possibilidade de inclusão de soluções que apresentem impactos orçamentários e/ou outras que poderiam gerar controvérsia; saber identificar as fases de ratificação e/ou homologação do acordo, as vantagens e os possíveis critérios para uma avaliação do processo de resolução consensual do conflito.
“O mediador que atua nas áreas de família, da escola, corporativa ou entre parceiros comerciais busca usar habilidades para conseguir a reaproximação das partes, criar ambiente positivo para o diálogo, visando o compartilhamento das diferentes visões do cenário, o entendimento e compreensão mútuos e a reconstrução da relação para tornar possível a continuidade do relacionamento, mesmo que esse seja apenas profissional, distante e respeitoso”, apontou.