Lei proíbe plantio de árvores consideradas “perigosas” em Atibaia

Espécie é conhecida também como Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco ou Chama-da-Floresta.

O Atibaiense – Da redação

Na sessão de terça-feira (16), os vereadores aprovaram projeto de lei que proíbe a produção de mudas e o plantio da “SpathodeaCampanulata” também conhecida como Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco ou Chama-da-Floresta. Haverá ainda incentivo a substituição das existentes, por espécies nativas.
A lei deriva de anteprojeto de autoria do vereador Marcão do Itapetinga e tem por objetivo evitar transtornos com uma espécie que é inadequada. A árvore de origem africana é de grande porte, atingindo altura de 15 a 25 metros e diâmetro de 6 metros. Segundo o projeto, em condições favoráveis a espécie é potencialmente invasiva.
“Tem raízes pouco profundas e são relativamente frequentes os casos de queda de galhos (podres), fazendo com que esta árvore não seja uma boa opção em centros urbanos. A despeito de sua beleza, as flores possuem alcaloides tóxicos que são letais para as abelhas e beija-flores que buscam seu néctar, para a produção de mel e como alimento, causando, assim, grandes malefícios à nossa fauna, eis que se trata de espécie invasora”, diz trecho do documento.

 

A justificativa é de que a espécie causa um grande desequilíbrio ecológico na região em época de florada desta árvore, pois as abelhas, beija-flores e outras espécies de insetos e aves são os principais polinizadores da flora, sem contar os prejuízos às pessoas que dependem da apicultura e meliponicultura como fonte de renda. As abelhas nativas sem ferrão (melíponas) são as maiores “vítimas” dessa planta.
No caso das árvores já existentes, serão substituídas por espécies nativas. Haverá campanhas da Secretaria de Agricultura e Secretaria de Meio Ambiente para tornar público os efeitos danosos desta árvore e multa para os que produzirem mudas ou plantarem a árvore.
A fiscalização será das duas secretarias.
As árvores inadequadas ao ambiente urbano são comuns. Houve muito debate nos últimos anos sobre o assunto, especialmente em períodos de chuvas fortes, quando ocorre a queda da árvore ou de galhos, causando danos a veículos e, em alguns casos, a residências.
Há ainda inúmeros problemas, como calçadas levantadas e quebradas, resultando em acidentes com pedestres. Em Atibaia, um exemplo, as árvores em frente ao prédio da própria Câmara Municipal e do Fórum Cidadania já causaram acidentes com algumas pessoas no local antes do piso ser arrumado.
Outros problemas são canos de água e esgoto estourados pelas raízes, fios elétricos arrebentados por galhos grandes, sem contar a queda de galhos. Algumas têm flores e folhas que tornam as calçadas escorregadias quando caem.
Em Atibaia, nos últimos anos começaram a ser plantadas árvores mais adequadas. Em 2021, a Prefeitura, em parceria com a empresa ABITTA, começou a desenvolver o Projeto Piloto de Arborização Urbana, com objetivo de plantar 200 mudas nativas, com porte acima de 1,80 metro, nas praças, vias e passeios públicos localizados, preferencialmente, nos bairros carentes de cobertura vegetal no município.
Na época do lançamento do projeto de arborização, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente ressaltou que nem sempre é fácil plantar e manter uma árvore no espaço urbano, uma vez que o planejamento da arborização urbana deve considerar algumas limitações e situações, como fiação, largura das calçadas, recuo das edificações, existência de placas de sinalização, pontos de ônibus, postes, instalações subterrâneas (água, esgoto, drenagem), entre outras. O Projeto Piloto já contempla um planejamento adequado.
É importante também que o morador, quando for realizar o plantio por conta própria, tenha consciência das espécies mais adequadas ao espaço, evitando transtornos e riscos para o próximo.