Felicidade no trabalho depende de liderança sintonizada com a mediação

Associar felicidade ao trabalho ainda parece distante para muitos de nós, como se a felicidade não fizesse parte dessa área da nossa vida. Temos, no Brasil, quase todos os piores indicadores do mundo em doenças mentais, como burnout, ansiedade e depressão. Banalizamos a ansiedade, o estresse e a falta de segurança psicológica, normalizando ambientes tóxicos e infelizes. Porém, com a expansão do home office e aumento das horas trabalhadas em nossa vida, há uma mistura de nossa vida profissional e pessoal e fica mais difícil sermos felizes sem que haja felicidade no trabalho.
O parágrafo acima está no site da Reconnect Happiness At Work, citada em matéria que foi publicada pelo jornal Valor Econômico. Segundo a Harvard Business Review, funcionários infelizes tem 18% a menos de produtividade, geram 16% a menos de lucro, aumentam em 49% os acidentes no trabalho e 37% a mais em absenteísmo. Investir na felicidade dos colaboradores é o correto, mas também é o que gerará a sustentabilidade do negócio a longo prazo. Colaboradores felizes geram resultados positivos. E geram marcas mais valiosas no mercado, tanto para consumidores quanto para profissionais. Essas informações estão em https://www.reconnecthappinessatwork.com/.
Estou reproduzindo essas ideias porque felicidade no trabalho é também uma questão de mediação e cultura de paz. Artigo publicado no site e assinado por Renata Rivetti, fundadora e chief hapiness officer da Reconnect – Happiness at Work, lembra que “a maioria das empresas realiza anualmente pesquisas de clima ou satisfação para traçar planos de melhorias na cultura organizacional e na operação como um todo. Porém, muitas se esquecem de mapear um fator importante para manter ou elevar a produtividade do negócio: a felicidade. O que elas não se dão conta é de que, ao não mapear esse sentimento, acabam perdendo uma oportunidade valiosa de entender as forças e os desafios da companhia para o seu plano de felicidade organizacional, cuja função é medir o quão confortável o colaborador se sente para fazer o que faz na empresa em que atua. A satisfação é essencial para termos felicidade na vida, mas apenas ela não basta. Por isso, considerando o ambiente organizacional, recomendo que o bem-estar do colaborador seja medido de uma maneira mais ampla, considerando diferentes aspectos emocionais e motivacionais”.
É possível fazer isso, por exemplo, por meio dos cinco pilares da psicologia positiva: emoções positivas, engajamento, relacionamentos, significado e realização, respondeu a autora. “Um plano de felicidade corporativa é gratuito e deve trabalhar, essencialmente, para curar dores da empresa. Esses desconfortos podem ser alto turnover, baixa produtividade, baixo engajamento, falta de segurança psicológica ou quiet quitting, entre tantos outros desafios enfrentados pela área de recursos humanos no dia a dia, principalmente em momentos de crises geradas por fatores internos ou externos. Mas como medir o Retorno de Investimento no RH, também conhecido pela sigla ROI, que é a abreviação de return on investment?”.
Para conseguir calcular o ROI da felicidade dentro do ambiente de trabalho, “é essencial convidar o responsável pelo RH para todas as reuniões estratégicas do negócio, para que ele sempre esteja atualizado sobre as necessidades da empresa, no quesito equipe, para executar as ações. Além disso, é preciso ter consciência de que é necessário investir na conscientização da liderança para que, de fato, entenda o que é felicidade corporativa, porque é importante e como atuar”.