Mesmo com público menor, Santuário da Mãe Rainha segue atraindo milhares de turistas para Atibaia

Pandemia prejudicou atividades no local, que segue como principal ponto turístico religioso da cidade.

Por Douglas Rodrigues*

Foto: Divulgação/Santuário de Shoenstatt

Dois anos após o término oficial da pandemia de Covid-19, o principal ponto turístico religioso de Atibaia ainda não retomou o movimento que tinha antes. O Santuário da Mãe Rainha contabilizou cerca de 132 mil visitantes em 2023, 15% a menos do que o registrado em 2019.
O turismo foi um dos setores mais afetados com as restrições impostas pelas autoridades de saúde. Com isso, o Santuário chegou a ficar fechado por um tempo, sem receber visitantes.
Aos poucos, as atividades foram retomadas até que a programação completa voltasse ao normal. Porém, a quantidade de visitantes segue abaixo. “Infelizmente, muitas pessoas que vinham ao Santuário acabaram falecendo, visto que nosso público é mais idoso. É um desafio, mas a Mãe de Deus sempre cuida de tudo”, destaca Irmã Aluane, que faz parte da equipe gestora.

Primeira experiência
Por outro lado, a quantidade de pessoas que vem ao Santuário pela primeira vez tem chamado a atenção da equipe. Muitas delas, aproveitam a movimentação mais calma em dias de semana. “O Santuário agora tem mais visitas no meio de semana e esses visitantes sempre vem até nós falando que é a primeira vez que está no santuário. Nós vemos que novas pessoas estão buscando não só a história de Schoenstatt, mas a religião, Deus em si, nisso acreditamos que aumentou bastante”, conta Esmeralda, que trabalha na loja de artigos religiosos e ajuda na acolhida dos turistas.
Outra mudança percebida recentemente é a forma com que os turistas chegam. Antes, quase todo o público era oriundo de romarias e excursões. “Ao meu ver, as pessoas se espalharam mais. Anteriormente, tínhamos alguns dias no mês em que as dioceses se organizavam para vir em romaria ao santuário, isso ainda acontece mas as pessoas vem mais por conta própria. As famílias vem nos seus próprios carros, acreditamos que temos um bom movimento sim, mas com uma nova característica, reforçou Esmeralda.

Refúgio espiritual
O Santuário da Mãe Rainha pertence ao movimento católico de Shoenstatt, que tem origem na Alemanha. O de Atibaia, construído na década de 70, é idêntico ao original, localizado na cidade de Vallendar. Por isso, é escolhido por milhares de fieis como um local de oração e bençãos. “Todos os que entram no Santuário recebem as 3 graças de romaria: abrigo, transformação interior e ardor apóstolo. Essas pessoas são convidadas a entregar tudo para a Mãe de Deus, sendo alegrias, tristezas, fracassos… e ela transforma essas “contribuições” em graças para quem a pede”, conta a Irmã Aluane.

O movimento
O Movimento de Schoenstatt foi fundado em 1914 por Padre José Kentenich. Ele surgiu com o objetivo de renovar a fé na Igreja Católica e na sociedade por meio da educação e da formação espiritual. O nome “Schoenstatt” vem do lugar onde o movimento foi fundado, uma pequena aldeia perto de Koblenz, na Alemanha.
A essência do movimento gira em torno da Aliança de Amor com Maria, a Mãe de Deus, que é considerada um caminho para renovar a vida cristã e alcançar uma profunda transformação pessoal e comunitária. Os membros do Movimento de Schoenstatt trabalham para viver seus ideais cristãos no dia a dia, contribuindo assim para a missão da Igreja no mundo.

* Douglas Rodrigues é estudante de Jornalismo da UNIFAAT e produziu a reportagem sob supervisão do professor Lucas Rangel.