Como lidar com o trauma do “pai ausente” nas famílias e na sociedade?

O medo e ansiedade constantes podem resultar no “trauma do pai ausente”. Para falar do delicado assunto, preciso entrar em contato com uma dor psicológica profunda em meu coração e pedir a Deus para curá-la rapidamente. Tive um pai excelente e meu avô paterno, décadas depois de falecido, continua um modelo forte wem meu coração. Também me considero um bom pai e um excelente avó, sem falsa modéstia. Mas a “síndrome” do pai ausente é algo muito forte na minha vida, quando me refiro às minhas duas filhas adotivas e ao meu neto. Claro que não cabe aqui descrever as dificuldades pessoais com a figura do pai na minha família e é melhor olhar mais para a sociedade.
Segundo o psicoterapeuta Jed Diamond, a ferida do pai ausente pode se tornar um problema geracional. Também pode afetar tudo em nossas vidas, inclusive nossos relacionamentos íntimos. Na área familiar e matrimonial, a ausência física ou emocional do pai pesa bastante. No Brasil, o abandono paterno é realidade que permeia as relações familiares e a vida de milhões de pessoas. O impacto da falta de registro não recai apenas sobre as crianças que nunca conheceram seus pais, mas também sobre as mães que ficam com a responsabilidade de todo cuidado, trabalho remunerado e doméstico.
Estima-se que mais de 5,5 milhões de pessoas nunca tiveram o reconhecimento paterno e mais de 12 milhões de mulheres chefiam seus lares sozinhas, sem nenhum apoio. Desse total, mais de 57% vivem abaixo da linha da pobreza. Além de aumentar a vulnerabilidade social, o abandono paterno também impacta negativamente a vida das crianças de forma prática, até a fase adulta. Entre outras consequências, estão a compulsão alimentar e a falta de confiança e autoestima. Por outro lado, muitos pais até registram os filhos, mas não arcam com nenhuma responsabilidade financeira e/ou afetiva e emocional, resultando em “disfunção psicológica, relacional e física”.
O psicoterapeuta citado neste artigo, com base em textos publicados na internet, diz que as crianças precisam apenas que seus pais as amem, ofereçam-lhes cuidado permanente e tenham a capacidade de enxergá-las como são. Para ele, a falta do pai também pode afetar homens e mulheres distintamente; elas porém tendem a desenvolver depressão e medo, enquanto os homens demonstram raiva quando lidam com questões que não compreendem. De acordo com o profissional, o primeiro passo é reconhecer que existe um problema ali e para esse problema há solução. Com esperança, o segundo passo é se comprometer e ter coragem de reconhecer seus erros a partir da descoberta. Na terceira etapa, receber apoio e suporte de quem já passou por isso é uma das melhores maneiras de receber orientação. No último passo, reconhecer que essa cura é importante para você. Dê esse passo, leitor (a)!