Jovens formados em cursos técnicos conquistam vagas mais estáveis

O desemprego ou desocupação continua mais forte entre os jovens, mostram indicadores do IBGE. Os fatores vão da crise econômica, falta de preparação técnica em habilidades exigidas no mercado, passando pela priorização dos estudos nas camadas médias, por conta de vagas pouco atrativas, e pelos programas de transferência de renda pelo governo federal. De qualquer forma, o insucesso na busca por emprego faz parte da rotina de boa parte dos jovens, indicou artigo do jornal Valor Econômico. A taxa de desocupação é de 18% na faixa etária entre 18 e 24 anos pelos números do primeiro trimestre de 2023.
Quem escapa das estatísticas? Os jovens diplomados no ensino técnico. Em São Paulo, 73% dos alunos de escolas técnicas (Etecs) conseguem emprego em até um ano depois de formados. É consenso de que a educação profissional possibilita melhor inserção no mercado, com mais chance de emprego com carteira assinada, salários mais altos e funções com menos risco de substituição pela automação. Nesse cenário, o Ministério da Educação planeja, nos próximos oito anos, aumentar a parcela de estudantes de cursos profissionalizantes no ensino médio, dos atuais 12% para 44%. Essa meta exige a abertura de mais de dois milhões de vagas.
Para cumprir esse objetivo, uma estratégia é unir as escolas públicas estaduais com as escolas federais e as unidades do Sistema S, como Senai e Senac, que cederiam laboratórios e professores especializados. A aproximação entre escolas e o setor produtivo é outra alternativa para movimentar as demandas. Uma terceira frente é a elaboração de grades curriculares de acordo com as necessidades do mundo real. E os estágios, que em Atibaia acontecem na Câmara e na Prefeitura, oferecem a oportunidade do jovem treinar e superar barreiras, adaptando-se às necessidades do mercado e melhorando seu preparo acadêmico.
Especialista ouvida pelo Valor Econômico lembrou que a formação profissional, infelizmente, não evolui na mesma velocidade que o surgimento de novas tecnologias e necessidades empresariais. Em ambiente altamente competitivo, não se espera dos jovens profissionais apenas competência técnica. Consciência sobre as expectativas e capacidade de comunicação valem muito. Dos profissionais de ponta, as empresas cobram resiliência, adaptação, gosto pelo trabalho em grupo, criatividade para superar desafios, iniciativa para tomar decisões, confiabilidade e autoconfiança.

* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.

Foto/Canva