Atibaia vai ampliar lei de incentivo para atrair novas empresas

Legislação atual já prevê isenções de impostos e taxas, mas há necessidade de atualizações que permitam mais investimentos na cidade.

O Atibaiense – Da redação

Uma das cidades mais atrativas da região para investimentos é Atibaia. Para incentivar a vinda de novas empresas, a Prefeitura está revendo a atual lei de incentivos fiscais, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Annibale Tropi Somma, em entrevista ao jornal O Atibaiense.
Atualmente, os incentivos são isenção de ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) na aquisição do imóvel, isenção de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) por 10 anos, renováveis por mais 10 anos, isenção de todas as taxas de abertura da empresa e o ISS (Imposto sobre Serviços) na construção da empresa é de 2%, que é o mínimo permitido cobrar.
Está em análise, de acordo com Annibale, um projeto para ampliar a Lei de Incentivos. “Hoje temos algumas limitações e estamos corrigindo”, explica.
O secretário informa que há uma montadora sondando Atibaia e há outras empresas vindo, com cerca de seis empresas fortes que devem iniciar operação em 2023 na cidade, uma delas com previsão de gerar cerca de 1.000 empregos.
“Estamos dando segurança para as empresas. Não é apenas dar incentivo, mas também dar agilidade para documentos, aprovações, licenciamentos. Temos que agilizar tudo, até mesmo mobilidade”, explica.
O secretário conta ainda que há uma série de projetos em andamento, para incentivar o desenvolvimento econômico do município. “O Conecta Atibaia engloba cerca de 20 ações e a intenção é tornar Atibaia um grande hug de tecnologia, conectando empresas, trabalhadores em busca de oportunidades, melhorar inclusive a oferta de mão de obra e a capacitação da mão de obra”.
Há em andamento também a implantação de coworking. “Vamos começar com uma estação de oito computadores no Facilita, com pessoas capacitadas para orientação. Outra proposta é de motivar as pessoas a darem início a suas startups, em parceria com o Sebrae. E há o Espaço Maker. Estamos adquirindo impressora 3D com scanner e vamos fornecer matéria-prima para pessoa fazer o protótipo de seu projeto”, explica Annibale.
O secretário explica que Atibaia tem demanda para esse tipo de projeto. “As pessoas de Atibaia têm ânsia por empreender. Temos um parque privilegiado na área de tecnologia. Mas a mão de obra é o grande desafio. Temos mão de obra qualificada que não trabalha aqui, vai para fora. Desafio é trazer para o mercado daqui. Temos mercado aqui e também queremos capacitar a nova geração que vem chegando”.

MÃO DE OBRA
A Prefeitura realizou recentemente uma pesquisa on-line para conhecer as demandas de mão de obra das empresas do município. De acordo com Annibale, foram entregues cerca de 120 respostas e maioria das necessidades são das áreas administrativa, de tecnologia e operários de fábricas. “As pessoas não estão se qualificando e nós estamos trabalhando para mudar esse cenário. Estamos em vias de finalmente conseguir trazer a FATEC e expandir a ETEC. Já temos a área. Também temos parcerias para cursos de capacitação”.
Segundo o secretário, Atibaia é “a bola da vez”, perdendo apenas para Extrema-MG na região. “Mas já foi pedido ao Governo do Estado, agora com o Rodrigo Garcia, para que o Estado dê uma atenção à questão dos incentivos. Já estamos agendando reunião com o Governo Estadual e Centro Empresarial para ter mais competitividade com Extrema”.
Atibaia já foi contemplada pelo Governo do Estado com duas APLs (Arranjos Produtivos Locais): Tecnologia e Agronegócios. A cidade pleiteia agora o de Logística. Ser uma APL significa atrair mais investidores.

EMPREGOS
Atibaia foi a cidade que mais gerou emprego na região segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – de janeiro de 2021 a janeiro de 2022, foram 3.130 novas vagas registradas. E de acordo com o Mapa de Empresas, também do Governo Federal, entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022 Atibaia somou a abertura de 3.518 empresas.
Annibale conta que, somente pelo PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), são cerca de 200 a 300 vagas disponibilizadas semanalmente. A dificuldade é para encontrar a mão de obra para as vagas e não com a geração de oportunidades. Também há projeto para que o PAT tenha um atendimento diferenciado. “O PAT é mais engessado, impessoal, não é humanizado. Queremos que se torne humanizado. Lá no PAT a pessoa vai, cadastra currículo. Não consegue filtrar o perfil específico. Queremos humanizar. Pessoa chegar e, além de passar os dados, passar por uma entrevista com psicóloga. Ser acolhido. De repente esse candidato tem características e vocação empreendedora. Aí temos que direcionar para Sebrae e Banco do Povo. Volta ao mercado como empreendedor. Precisamos identificar os perfis. Às vezes descobrimos que a pessoa é boa em áreas que não imagina, que não é exatamente aquela que ela acha que pode trabalhar. As empresas poderão filtrar os candidatos. PAT deve se modernizar e promover a interação entre candidatos e empresas”.

PRINCIPAIS SETORES
De acordo com Annibale, o setor que mais tem crescido na cidade é o de logística, pela posição geográfica. Também há uma retomada de setores bastante afetados pela pandemia, como de turismo e gastronômico.
Com relação à retomada, o secretário diz que a surpresa tem sido pela grande vontade de empreender. “Nesse período de recuo da pandemia estou vendo que empreendedores estão até mais interessados do que esperávamos. A preocupação é que estão acabando as áreas disponíveis. Temos áreas ainda, mas estão acabando. E já estamos nos preparando também para oferecer toda a infraestrutura necessária para receber novos empreendimentos, como energia, conexão de internet e outras necessidades”.