Um coração, um sentimento e um universo dentro de nós
Gostaria muito de ouvir os leitores do jornal O Atibaiense sobre temas mais filosóficos, meditativos, reflexivos e não apenas sobre as questões urbanas e comportamentais da cidade. A quarentena nos deixa um pouco saudosos dos grandes diálogos, aqueles que acontecem em certas noites, em nossas casas, em bares, em eventos bem organizados.
Vocês sabem que esta coluna tem fontes de inspiração constantes: Observatório da Imprensa, Fronteiras do Pensamento, livros, histórias de jornais e de grandes comunicadores. Volta e meia, faço voos solos, em que costumo comentar episódios e momentos de minha trajetória profissional e pessoal. Estou aberto a sugestões dos leitores também, mas hoje volto ao visionário evento Fronteiras do Pensamento.
Recentemente, os organizadores dessa programação falaram de emoções, pensamentos e comportamentos, alguns dos fatores que determinam nosso próximo passo, decisão ou movimento. E, dos três, as emoções são nossas características mais retratadas pela arte em livros, filmes, pinturas e músicas.
A melancolia de um dia de chuva. A alegria de um dia ensolarado. A tristeza gerada por uma perda. A raiva após um confronto. Somos complexos e seres repletos de estados de humor e sentimentos. Neste universo, um dos pontos centrais são os relacionamentos humanos. Este é o assunto da newsletter de conteúdos especiais e um tópico que será abordado na temporada 2020 do Fronteiras do Pensamento, que vai debater Reinvenção do humano.
Assim, Zygmunt Bauman fala sobre a bênção e a maldição dos laços humanos. Amós Oz explica as revoluções que acontecem em nossas vidas. Pascal Bruckner aborda a criação do ideal de felicidade. Susan Pinker mostra o poder transformador das interações sociais. Elisabeth Roudinesco reflete sobre memória e saudosismo. E Valter Hugo Mãe ressalta: a solução é o amor.
Estabelecer e manter laços afetivos pode ser uma bênção ou uma maldição. Quem ama está em segurança, mas pode querer liberdade. Quem não ama tem liberdade, mas pode sentir falta do amor. Para Bauman, é difícil conciliar os dois aspectos; no entanto, são valores importantes para a felicidade das pessoas. Vocês concordam ou discordam?