Folia de Reis lotou os espaços do Casarão no sábado passado
O Casarão Julia Ferraz de Atibaia estava em festa e lotado na tarde de sábado passado, 16 de setembro. Os integrantes da Folia de Reis, vestidos com camisas na cor rosa, entraram tocando e cantando. Em uma das salas, está montada a Mostra “A Folia de Reis e sua Devoção em Atibaia”, projeto por edital com o incentivo do Fundo Municipal de Cultura, da Prefeitura de Atibaia (Secretaria de Cultura e do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Atibaia – COMPOCATI). A exposição fotográfica conta, em sua maioria, com imagens de Flavio Luiz Pileggi e do acervo de familiares do grupo.
A coordenadora da mostra, pesquisadora Lilian Vogel, recepcionou os integrantes da Folia, ao lado da família proprietária do Casarão, e lançou seu livro “A Folia de Reis e sua Devoção em Atibaia”, que conta a trajetória da manifestação da Folia de Reis São João Batista em Atibaia desde sua primeira festa em 1965. A programação da tarde incluiu ainda a exibição de documentário narrando a trajetória do grupo, com filmagens e edição de Luiz Fernando Bueno e Alline Nakamura. Os depoimentos do filme são emocionantes e muito espontâneos. O público presente ao Casarão adorou o trabalho.
No quintal do Casarão, a Cia de Reis São João Batista de Atibaia realizou o “giro” da Folia, que normalmente é iniciado em 26 de agosto e que vai até 9 de dezembro. A grande festa da Folia de Reis será em 6 de janeiro de 2024. Segundo Lilian, as Folias de Reis celebram o nascimento de Jesus Cristo e a visita que os Três Reis Magos fizeram ao “Menino”. A celebração acontece, geralmente entre os dias 24 de dezembro e 6 de janeiro, período em que os grupos vão às casas dos devotos, passando a “bandeira” e angariando donativos.
Em Atibaia, a tradição chegou com a família de Sebastião Martiniano Bernardes, originária de Silvianópolis, Minas Gerias, em 1965. A companhia continua com sua devoção até hoje, visitando mais de 100 residências, com grande número de devotos em nossa região. A pesquisa de Lilian Vogel se iniciou nos anos 2000 e parte foi relatada no seu primeiro livro “As Festas de Fé da Região Bragantina”, publicado em 2007. Agora, 16 anos depois, a pesquisa está mais completa e digna de ser retomada. A colaboração do grupo também foi essencial para a realização do trabalho. O evento é gratuito, aberto ao público.