Novo modelo de ensino técnico terá 100 mil vagas

A ideia é de que novo modelo amplie de forma rápida o número de matrículas no ensino técnico, sem precisar aumentar o investimento em educação.

O Estado de São Paulo já conta com dois modelos próprios de ensino técnico, mas o governo planeja abrir 100 mil vagas em um novo tipo de ensino profissionalizante nas escolas estaduais. A previsão é de que haja a reorganização da Secretaria Estadual de Educação, criando-se a Coordenadoria de Educação Profissional, responsável por gerir o novo modelo. Haverá a oferta de cursos técnicos dentro da estrutura atual das escolas regulares. As aulas serão presenciais e ministradas por profissionais, não necessariamente professores mas diretamente ligados às áreas abordadas nos cursos.
A ideia é de que novo modelo amplie de forma rápida o número de matrículas no ensino técnico, sem precisar aumentar o investimento em educação. A ampliação de vagas nessa modalidade é uma das principais compromissos assumidos pelo governador Tarcísio. A meta é de que, até o fim do mandato, seja ofertada essa opção à metade dos cerca de 1,5 milhão de alunos do ensino médio. Com o novo formato, o governo mudaria a política que em prática há décadas, com a concentração dos investimentos em educação técnica e profissionalizante no Centro Paula Souza.
A autarquia, responsável por 224 etecs (escolas técnicas) com cerca de 140 mil alunos matriculados apenas no ensino técnico integrado ao ensino médio, é conhecida por ter resultados educacionais superiores aos da rede estadual regular. Esse ensino ofertado é considerado de excelência, mas não houve ampliação significativa da rede nos últimos anos. O assunto, entretanto, encontra um posicionamento diferente no Conselho Estadual de Educação, que emitiu parecer alertando para o risco do novo modelo comprometer a qualidade do ensino técnico em São Paulo. No documento, o conselho avaliou ser mais “sensato concentrar esforços e investir na parceria com o Centro Paula Souza, fortalecendo suas equipes” do que passar a gestão de parte do ensino técnico para a Seduc, desconsiderando a expertise de décadas da autarquia.
A Secretaria de Educação ressaltou a ampliação do ensino técnico como uma de suas prioridades, refletindo a convicção de que a modalidade, integrada ao ensino médio, tornará a escola mais atraente aos jovens com a promessa de que concluirão os estudos mais qualificados para o mercado de trabalho. O debate continua e nossa expectativa é de que o ensino técnico saia fortalecido. Mais detalhes sobre o tema em https://www.gazetasp.com.br/estado/sp-governo-prepara-novo-modelo-de-ensino-tecnico-com-100-mil-vagas/1124994/.

* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.