Mesmo com fiscalização intensificada, casos de dengue crescem

População pode se prevenir com atitudes básicas, como não deixar expostos recipientes que acumulem água. Maioria dos criadouros é dentro de casa.

O Atibaiense – Da redação

Atibaia vem intensificando, desde o ano passado, a fiscalização e as campanhas de conscientização contra a dengue. Mesmo com as ações, os casos aumentaram, seguindo uma tendência que ocorre em todo o país neste início de ano.
Mesmo com o trabalho constante dos agentes públicos, incluindo visitas porta a porta para orientar sobre os cuidados necessários, as campanhas só funcionam se a população ficar atenta para evitar a proliferação do mosquito transmissor. A maioria dos focos do Aedes aegypti é dentro das casas, com acúmulo de água em vasos e recipientes. A recomendação continua a mesma: evitar água parada em vasos de plantas, pneus velhos, tonéis de água, piscinas, garrafas etc. Também é recomendado limpar caixas d’água que ficam expostas.
Atibaia registrou entre 01/01 e 15/01 de 2023 seis casos de dengue. No mesmo período agora de 2024, são 29. Em todo o Brasil é relatado um crescimento nos casos. As informações são da Secretaria Municipal de Saúde, que também informou o número de notificações até o momento. Enquanto na primeira quinzena de janeiro de 2023 houve 26 notificações, este ano já são 41. Há agora em 2024 três casos em investigação. Outros nove foram descartados. Em 2023, até 15 de janeiro foram 20 casos descartados.
Durante todo o ano de 2023 Atibaia teve 653 casos de dengue confirmados e 1.047 notificações. Do total, 391 foram descartados e três ainda estão em investigação.
Pelas informações da Secretaria de Estado da Saúde, Atibaia registrou queda de casos em 2023, na comparação com 2022. Enquanto houve 1.121 casos confirmados em 2022, no ano passado foram 653, uma queda de 41,7%.
Vale lembrar que em 2022, foi registrado um óbito por dengue, de uma jovem de 19 anos. Ela foi internada na UTI da Santa Casa de Atibaia em 20 de maio daquele ano, sendo transferida para UTI do HUSF no dia 31 e morreu em 3 de junho de 2022.
O aumento de casos neste início de janeiro é preocupante, pois este não é o período do ano que costuma ter mais confirmações. Normalmente entre abril e maio há mais relatos. Historicamente, há mais casos no outono.
Em 2022, o pico de casos foi maio, com 344 confirmações somente naquele mês. Em abril, foram 279. Em 2023, abril registrou 124 confirmações da doença e maio 88.
De acordo com a OMS Organização Mundial da Saúde), o Brasil tem o maior número de casos da doença no mundo, respondendo por metade do total global. Autoridades de saúde já alertaram para uma epidemia da doença no Brasil em 2024.
Em 2023, o país bateu recorde de mortes por dengue. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan online), revelam que foram 1.079 mortes pela doença até 27 de dezembro.
Na série histórica divulgada pela pasta, também com base no Sinan, o maior número de óbitos no período de um ano completo ocorreu em 2022, quando chegou a 1.053 registros. Em seguida, vem o ano de 2015, com 986 mortes.

VACINA
Em 21 de dezembro foi incorporada a vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. A vacinação será focada em público e regiões prioritárias.
Nesta segunda-feira (15), o Ministério da Saúde informou que irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na aplicação da vacina contra a dengue.
O país irá adquirir 5,2 milhões de doses da Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês Takeda, além de receber doações. O quantitativo irá possibilitar vacinação de até 3 milhões de pessoas, já que o esquema vacinal prevê duas doses.
De acordo com o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, a faixa etária é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e recomendada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, composta por especialistas na área.
A definição sobre qual público-alvo, bem como as localidades prioritárias, será feita em conjunto com estados e municípios, em reunião marcada para última quinta-feira deste mês. A previsão é iniciar a vacinação em fevereiro.