Palestra abordou a postura e o comportamento profissional do mediador

O Projeto Agente Multiplicador, dos Cejuscs Atibaia e Jarinu, apresentou na programação deste ano a palestra “Postura de conciliadores, mediadores e estagiários”, por Marcos Ximenes de Brito. Por videoconferência, ele definiu como postura profissional “o conjunto das características pessoais e das atitudes tomadas no ambiente de trabalho. A postura no trabalho é formada por sua conduta, ética, hábitos, habilidades, conhecimentos, comportamentos e atitudes. Vai muito além da maneira como se senta, anda ou se comunica. Os pensamentos se refletem nas ações, seja voluntária ou involuntariamente”.
De acordo com o Management Institute of Tecnology, o modo como nos vestimos, falamos e nos apresentamos indicam a nossa postura profissional: a visão (aparência) corresponde a 25% do que as pessoas reparam em nós no primeiro impacto; o tom de voz a 18% (às vezes, tom grosseiro); a adequação das palavras a 14%; e a linguagem corporal a 10% (gestos excessivos).
Segundo Marcos Ximenes, entre os detalhes a observar, estão a roupa, o bom humor e o cuidado com as brincadeiras excessivas. “Evite atender ou mexer no celular durante a sessão – caso seja absolutamente necessário, procure um lugar reservado; sempre cumprimente a todos e olhe nos olhos quando conversar com alguém; seja pontual – pontualidade indica compromisso, respeito e responsabilidade; e não use exemplos pessoais nas sessões (exemplo: “eu também passei por essa situação e sei o quanto é difícil”).
“É indispensável ao bom conciliador/mediador o conhecimento técnico para bem conduzir a conciliação, sendo sua função primordial restabelecer a comunicação entre as partes e conduzir as negociações. O conciliador coordena a discussão para que proporcione acordo fiel ao direito, moral e justo. Embora existam muitos tipos de atuação na mediação, que varia de mediador para mediador, segue-se sempre o mesmo padrão de conduta ética, que inclui ser probo, paciente, respeitoso, cordial, solidário, bom ouvinte e flexivel na condução da sessão”, aconselhou Marcos Ximenes.
Aspectos importantes são reparar o local, revisar as anotações sobre o caso e procurar memorizar os nomes das partes. Durante a sessão, todos deverão estar fisicamente confortáveis, concentrados, seguros e em ambiente que garanta privacidade. Fatores ambientais como a cor das paredes, música ambiente e aromas igualmente são úteis para melhorar a sintonia das salas na recepção às partes e conciliação de seus conflitos.
As pessoas devem ser acolhidas de maneira descontraída e amável para que percebam claramente que são muito bem-vindas e que se sentem calmas e confortáveis. O mediador dá atenção e se posiciona de forma equidistante em relação a todas as partes, evitando a impressão de parcialidade. Tom de voz eficiente, linguagem apropriada aos diversos níveis sócio-econômicos e culturais e percepção da comunicação não-verbal são itens também relevantes.
Segundo Marcos Ximenes, o conciliador é alguém paciente e perseverante. “Muitas vezes, as partes envolvidas emocionalmente com o conflito insistem de forma irredutível em suas posições, tendendo a forçar o conciliador menos experiente a finalizar o processo prematuramente, sem que seja firmado acordo. Pergunta: qual seria esse limite?”.
No caso de ânimos exaltados, cabe ao conciliador impedir que as partes se excedam, tomem atitudes como interromper a fala uma da outra ou se agridam mutuamente. A finalidade da sessão é a pacificação. Em situações de embriaguez e porte de arma, são recomendáveis alertas, orientações ou mesmo a redesignação da sessão. Quanto aos advogados, o conciliador estimula o bom desempenho do profissional, a sintonia com as partes e as propostas inovadoras.
Antes do início, os estagiários, que não intervêm na sessão, devem se apresentar ao conciliador para alinhar sua participação no ato. As câmeras e microfones em caso de videoconferência ficam desligados. Após o encerramento da sessão, abre-se tempo para esclarecimento das dúvidas.