Instalação de grandes empreendimentos pode gerar contrapartida na Mobilidade Urbana
A vinda de novos empreendimentos de grande porte para o município pode contribuir para melhorias no transporte e trânsito.
O Atibaiense – Da redação
O secretário de Mobilidade Urbana de Atibaia, André Agatte, concedeu entrevista a O Atibaiense para falar sobre projetos da pasta e as obras que vão mudar o trânsito da cidade nos próximos meses.
André destacou que Saulo Pedroso, “vai ficar para a história como o prefeito que mais investiu em mobilidade”. Entre as grandes obras realizadas, está a reforma da entrada da cidade, no trecho próximo ao acesso da Rodovia Fernão Dias e a rotatória da Lucas, feita junto com o Boulevard Takao Ono. Em andamento está a duplicação da Avenida Jerônimo de Camargo e a revitalização da Alameda Lucas Nogueira Garcez.
Novas grandes obras não estão previstas neste último ano de mandato, o foco será finalizar os projetos já em andamento. O que a secretaria fará serão ações menores, como pequenos ajustes em mão de direção de ruas e instalação de placas com nomes de ruas em locais ainda deficitários. “Faltam muitas placas ainda. Houve problemas no passado com licitação e estamos ajustando. Algumas placas de sinalização deverão ser instaladas ainda neste mandato”, comentou.
O que a cidade poderá receber são obras vindas de contrapartida de grandes empreendimentos que desejam se instalar no município. Agatte afirmou que existe conversa dos empreendedores que querem instalar um shopping na entrada da cidade com a Prefeitura, para que o projeto finalmente saia do papel. Por ser um grande empreendimento, a Prefeitura poderá cobrar uma contrapartida para a instalação no município.
Agatte sugeriu, por exemplo, que essa contrapartida possa ser a construção de ciclovia no trecho da entrada da cidade próximo ao futuro shopping. “Na obra da entrada da cidade não conseguimos prever a ciclovia. Talvez seja uma contrapartida de um grande empreendimento na entrada da cidade, como continuidade da ciclovia da Jerônimo de Camargo”.
A ciclovia da Jerônimo, no entanto, tem gerado alguns questionamentos, como a segurança no trecho da rotatória da avenida com a São João. Como os ciclistas fariam para atravessar a rotatória? O secretário afirma que é normal ter essas passagens como a da rotatória nas ciclovias. “Estão previstas passagens de pedestres, que também serão sinalizadas. Depois que sinalizar, vai ficar melhor, pessoas vão perceber melhor o projeto”.
O secretário falou ainda da possibilidade de implantação de Zona Azul na Alameda Lucas Nogueira Garcez. Os comerciantes da região têm levado essa demanda para a Prefeitura. “Existe uma redução de vagas de estacionamento na Lucas após a obra e pode ser necessário a Zona Azul”, confirmou.
Sobre o transporte coletivo, Agatte confirmou que a empresa que opera o sistema de transporte urbano e rural no município fez a solicitação de reajuste, que ocorre todos os anos, e que o pleito está em análise pela Prefeitura.
“Há alguns pontos que precisam ser analisados. Do ponto de vista econômico e da população, é um reajuste alto, mas do ponto de vista da operação do sistema, a empresa opera com prejuízo. Temos todos os levantamentos dos dados e realmente há um prejuízo. A tarifa seria o que equilibraria o sistema. O pedido é com base no equilíbrio do sistema”, explica.
O secretário diz que a análise da Prefeitura deve levar em conta uma solução para operacionalizar melhor o sistema. Está em estudo, por exemplo, alguma forma de subsído para aliviar o impacto no bolso do cidadão. “Uma opção é dar isenção de imposto para a empresa. O governo municipal pode desonerar o ISS. Seria um subsídio indireto e estamos fazendo a análise”.
Para Agatte, o transporte público deveria ser uma pauta nacional. “Todas as cidades sofrem com isso todos os anos e o Brasil não tem uma política federal. O reajuste é sempre muito caro para o trabalhador, mas é deficiente para a empresa que opera. O governo federal deveria ter uma política para o transporte público, não deixar apenas na mão das prefeituras”, criticou.
FISCALIZAÇÃO
A Secretaria de Mobilidade Urbana tem atuado também na fiscalização do transporte na cidade. As vans escolares, por exemplo, passaram por vistorias antes do início do ano letivo e todas que operam hoje estão com alvará em dia. “Vamos fazer fiscalização nos próximos dias, com a Guarda Civil Municipal, para ver se alguma van sem alvará está operando. A orientação é intensificar a fiscalização neste início de ano letivo”, disse Agatte.
O transporte de passageiros por aplicativo também passará por fiscalização. No momento, apenas a empresa 99 fez a regularização na cidade. “A Uber está conversando com a Prefeitura. A empresa contestou algumas coisas do decreto que não queremos abrir mão. Hoje em Atibaia a Uber não está regularizada”, destacou.
Agatte afirma que a fiscalização vai começar em breve e somente empresas e motoristas regularzados poderão operar na cidade.