Estudos comprovam que a falta de saneamento básico prejudica o rendimento escolar
Atibaia Saneamento destaca a importância do esgotamento sanitário na melhoria da qualidade do ensino.
O início de mais um ano letivo se aproxima e com ele há uma preocupação dos pais de alunos que vai muito além do que o custo com material escolar: a qualidade do ensino. Mesmo com reconhecido avanço quanto ao acesso à escola e inclusive em alguns indicadores educacionais, a melhoria da educação no país ainda é bem inferior quando comparada aos países desenvolvidos. Embora a maioria da população atesta que o sistema educacional brasileiro é muito deficiente, o que poucos sabem é que alguns problemas da escola têm origens fora dos seus portões. Estudos mostram que o rendimento escolar, entre outros fatores, está relacionado ao acesso ao saneamento básico.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, os anos de escolaridade de um estudante sem acesso aos serviços de saneamento básico é estimado em 2,31 a menos em relação aos que os possuem. Uma das explicações é que alunos que moram em bairros onde os serviços de saneamento não são ofertados, perdem mais dias de aula em função da vulnerabilidade da sua saúde. Segundo dados do IBGE divulgados em 2018, 34,7% dos municípios brasileiros tiveram casos de doenças relacionadas ao saneamento básico entre 2016 e 2017. Muitos desses casos resultam em internações e, conse-quentemente, na ausência do educando ou de seus professores na escola e, nos piores casos, em abandono escolar.
No Brasil, há aproximadamente 60 milhões de jovens e crianças em idade escolar. Em Atibaia, segundo o IBGE (Censo Demográfico 2010), 97,3% das crianças de 6 a 14 anos estão no ambiente das salas de aula. Além disso, a cidade alcançou a 20ª colocação entre 5.570 municípios avaliados, em 2017, no Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (IOEB), estudo que mede a qualidade da educação básica. Segundo estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a FGV- Fundação Getúlio Vargas, o aproveitamento escolar de crianças que vivem sem saneamento básico é 18% menor em relação àquelas que dispõem desses serviços. A pesquisa também aponta discrepância quanto aos índices de reprovação: 46,7% inferiores entre as crianças e jovens que residem em áreas saneadas.
Indiara Guasti, gerente operacional da Atibaia Saneamento, destaca que os dados acima refletem uma consequência da ausência do saneamento básico: a desigualdade e injustiça social. “É inaceitável que o futuro desses estudantes, que já enfrentam tantos desafios, seja comprometido também pela falta de saneamento básico, o acesso a esses serviços é um direito constitucional desde 2007. É importante lembrar que, em Atibaia, as internações médicas devido a diarreias são de 0.1 para cada 1.000 habitantes, ou seja, índice que representa o investimento da Atibaia Saneamento na busca pela universalização do esgoto no município para que crianças, estudantes e toda a população local tenham qualidade de vida por meio do saneamento básico”, afirma a gestora.