INDEPENDÊNCIA OU MORTE
Primeira parte
O assunto deste meu artigo, um conto, relaciona-se com sete de setembro, essa importante data da história do Brasil, que vamos comemorar no próximo dia sete.
Naquele tempo, décadas de cinquenta, sessenta, eu morava em Atibaia e estudava no Colégio Estadual e Escola Normal Major Juvenal Alvim .
Numa das aulas de História do Brasil, no início da Semana da Pátria, em 1958, a professora Dona Dirce, para ilustrar sua aula de História do Brasil, levou uma cópia do quadro de 1888 do pintor Pedro Américo, onde aparece dom Pedro I, próximo às margens do Rio Ipiranga, comandando sua tropa, quando montado num cavalo, deu o grito da independência do Brasil Esse quadro intitula-se “Independência ou Morte” e é também chamado de “O Grito do Ipiranga”. Eu o achei tão bonito que ele não se apagou mais na minha memória.
Aliás, certo dia, quando fui visitar o Museu do Ipiranga, aqui em Sampa, com minha família de Atibaia, fui admirá-lo novamente pois ele faz parte do acervo daquele museu. Esse quadro do museu era o original, não uma simples cópia. Então era muito mais bonito e bem maior, além de ser mais colorido. , Bem diferente daquela cópia que a Profa. Levou na aula para os alunos verem.
II – Um honroso convite
Tudo começou numa aula no ano de 1958, se não falha a memória, daquela semana da Pátria. Naquela época a gente aprendia Latim no ginásio, o que infelizmente não ocorre mais na atualidade. Infelizmente, porque, apesar de ser uma língua morta, o Latim é uma língua muito importante para nós brasileiros já que dela se originou a nossa Língua Portuguesa.
Eu estava, se não me engano, no quarto ano do ginásio, Naquela manhã, estávamos assistindo a uma aula de Latim ministrada pelo tão saudoso Professor Contesini. De repente, toque, toque, toque. Alguém bateu na porta. Quem será?, todo mundo ficou pensando. Era Dona Dirce, professora de História do Brasil. Depois de pedir licença, entrou na sala, aproximou-se do professor e começou a lhe falar baixinho. Como eu me sentava bem na frente, escutei tudo.
─ Bom dia, professor. Posso falar um instante com um desses seus alunos?
─ Quem é esse aluno?, professora.
─ É o Luiz Carlos. Ele pode ir comigo até a sala dos professores?
Dirigindo-se então a mim, o professor me falou:
— Luiz Carlos, levante-se, por favor, e acompanhe, a Professora Dirce até a sala dos professores que ela deseja falar com você.
Acompanhei a professora. Sentamo-nos naquela sala e aconteceu uma agradável surpresa.Vejam só, caros leitores, Vejam só. Dona Dirce convidou-me para desfilar caracterizado como D. Pedro I, no desfile dos alunos do Colégio que ia ocorrer, nas ruas do centro de Atibaia, quatro dias depois, no dia sete de setembr,.Todos os alunos do nosso Colégio iriam marchar naquele dia pelo centro de Atibaia, seguindo o maravilhoso som da fanfarra tão bem comandada naqueles bons tempos pelo Luiz Antonio Lima Totonho, filho do saudoso diretor de nosso Grupo Escolar José Alvim.
Quando Dona Dirce me perguntou se aceitava o convite, eu, por ser muito tímido, hesitei um pouco, mas depois concordei, dizendo:
― Claro, professora. Tudo bem. Eu vou ser D. Pedro I, no desfile. Mas o que terei de fazer?
― Não se preocupe com nada, meu querido. Já estou providenciando tudo o que for necessário. E agora vou lhe explicar direitinho o que você deverá fazer para desfilar como Dom Pedro I, certo?
( Faltou espaço aqui. Continua na semana quem vem. )