Projeto “Avós têm voz” realizou sua primeira reunião em fevereiro
A ideia nasceu na reinauguração da sede do CEJUSC em Atibaia, no final de 2023. Após as festas de Natal, Ano Novo e Carnaval, mais as férias, conseguimos realizar a primeira reunião do projeto “Avós têm voz”. O juiz-coordenador do órgão de mediação e conciliação, Dr. Rogério Correia Dias, recebeu a Dra. Apparecida Helena, o chefe do CEJUSC dr. Edson Dorta e este articulista. No encontro, sempre agradável e bem-humorado, recebemos as primeiras orientações do Dr. Rogério, que quer um trabalho na linha da pacificação e não do litígio com base no Direito de Família.
A ideia inicial é ampliar o grupo de mediadores e aconselhadores, no sentido de acolhimento dos avós que sofrem com a alienação parental praticada por mães e pais de seus netos. Equilíbrio, diálogo e apoio, respeitando-se o território sagrado dos pais, devem ser as medidas dessa atuação. Neste ano de eleições municipais, devemos tomar o cuidado para que nenhum grupo político se sinta “autorizado” a “conduzir” as atividades, desagregando esses princípios.
De uma maneira geral, em praticamente todas as camadas sociais, os avós oferecem uma rede de proteção social e institucional, o suporte afetivo e econômico para mães e pais desamparados diante das altas funções da maternidade e da paternidade. É a voz da experiência e do exercício constante do amor à família falando mais alto. Claro que, na defesa de seus direitos, os avós não podem ultrapassar barreiras ou limites que a educação recomenda em sociedade, mesmo que encontrem pelo caminho pais resistentes, rebeldes e mesmo “arrependidos”.
Estudos apontam que, com os novos arranjos, a composição das famílias brasileiras ganhou força expressiva dos idosos. Diante do aumento da longevidade, eles passaram não só a conviver mais tempo com seus descendentes, bem como exercem hoje diferentes papéis na dinâmica familiar. Assim, a velhice ocupou um novo lugar, ultrapassando em muitos casos a ideia de exclusão e de fragilidade associadas à terceira idade. O idoso de vida equilibrada e saúde razoável pode ser uma figura de referência parental tanto para seus filhos como para seus netos e bisnetos.