Por que me tornei um professor? Veja as razões

Os professores são aqueles que fazem a diferença na formação de cada indivíduo, desde a preparação básica escolar até o ensino superior e a pós-graduação.

Wagner Casemiro

Como administrador, estou atualmente no cargo de secretário municipal da Habitação, podendo desenvolver projetos para a população que precisa de maior atenção. Gosto muito também de uma função que exerci durante anos, a de professor. Continuo ligado à FATEC, atualmente sob licença, e compartilho o que muitos docentes relatam: o entusiasmo com volta às aulas presenciais após a pandemia. Quadro, pillot, caneta, papel, carteiras. Essas eram algumas das ferramentas mais usadas. Hoje, depois do período pandêmico, a estrutura da sala de aula foi modificada pelas plataformas de aulas online, por dispositivos e telas. Porém, o prazer e a paixão por lecionar não foram esquecidos. Nem poderiam.
Os professores são aqueles que fazem a diferença na formação de cada indivíduo, desde a preparação básica escolar até o ensino superior e a pós-graduação, e merecem reconhecimento e destaque devido à sua importância. Por que escolhi ser professor? Ter a pesquisa e o estudo como atividades diárias é um motivo superior. O professor opta por nunca se formar como “ser acabado”, prefere ter os colegas mestres e os estudantes como amigos, cultivar ideias novas, descobrir novas ferramentas de aprendizado, trocar ideias e evoluir. Isso se perpetua, não acaba nunca, fica na sua vida. Levar a atividade de administrador para a sala de aula, ver os alunos se desenvolvendo, crescendo profissionalmente.
Outro aspecto importante para o professor é a disposição de compartilhar conhecimentos. Não podemos guardar apenas para nós o que aprendemos, a experiência e os conceitos que acumulamos ao longo da carreira. É isso que nos faz plenamente realizados e identificados com o que fazemos. A escolha da carreira de professor está muito associada também à atividade científica, ao desenvolvimento de novos produtos e serviços e
A sala de aula, seja presencial, seja online, é um ponto de encontro, de diálogo, de espontaneamente dar início a projetos. E o melhor é que esse território se multiplica. Quantos projetos não nascem no almoço, no café, no corredor, desse calor humano presencial? Os psicólogos sabem que a troca de conhecimento é afetiva e a convivência presencial traz essa possibilidade. Não precisamos endeusar as tecnologias, como se fossem a solução para tudo. São instrumentos de transformação, agilidade e produtividade, mas as relações humanas se revelam como insubstituíveis em contextos difíceis como o mundo atual. Talvez nós estejamos aprendendo agora a equilibrar esse processo. Mas para mim fica uma certeza muito grande, a proximidade é o que faz sentido no relacionamento social.
Ser professor traz esse sentimento de tranquilidade, de serenidade, de estar no caminho certo, com uma enorme gratidão. É a sensação da trajetória cumprida, de quem apostou que esse era o caminho, largou uma outra carreira e se encontrou totalmente. É a prova de que autonomia é pressuposto racional para a geração de conhecimento. Acho que consegui explicar as razões. Concordam?

* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.

Foto/Canva