Atibaienses estão retidos na África do Sul: “sem previsão de volta”
O voo da Marina, assim como todos os outros, foi cancelado da noite para o dia sem nenhuma possibilidade de ressarcimento ou reagendamento.
O Atibaiense – Da redação
Desde que a variante ômicron do coronavírus foi detectada da África do Sul no final de novembro, brasileiros que estão no continente africano têm relatado dificuldade para conseguir voltar para casa.
Estima-se que só na África do Sul, mais de 300 brasileiros estejam impossibilitados de retornar, como é o caso da Psicanalista Marina Martins, moradora de Atibaia, que foi passar férias na Cidade do Cabo com o marido,o construtor Luiz Roberto também de Atibaia.
Marina chegou no continente africano no dia 24 de novembro, um dia antes da primeira notícia sobre a variante ômicron. Ela não imaginava que as fronteiras iriam fechar, até que a companhia áerea informou sobre o cancelamento do voo, logo após as notícias sobre o assunto se intensificarem.
Segundo a psicanalista, a gravidade da situação não passou pela sua cabeça uma vez que, nas cidades por onde passou durante a viagem, as pessoas estavam levando uma vida absolutamente normal, com todos os estabelecimentos abertos e sem muita preocupação com a identificação da nova variante.
Sem alarde: “Bares, restaurantes, escolas e passeios turísticos estão funcionando normalmente. A vida segue normal e a maior preocupação aqui é com o turismo, que voltou a ser afetado por conta da ômicron”.
Sobre a vacinação, Marina – que já tomou suas três doses – diz que existe uma campanha de incentivo para as pessoas aderirem, porém, não se sabe até que ponto as pessoas realmente têm acesso a essa vacina.
Sobre o cancelamento dos voos
O voo da Marina, assim como todos os outros, foi cancelado da noite para o dia sem nenhuma possibilidade de ressarcimento ou reagendamento. Em contato com a companhia aérea, até segunda ordem dos governos, os voos seguem cancelados.
“Por aqui está um ‘salve-se quem puder’ e a única orientação que recebemos foi a de entrar em contato com a embaixada brasileira que, por enquanto, não ajudou em absolutamente nada. A resposta é que não existe verba para trazer os brasileiros de volta, mas que disponibilizam uma lista de hotéis com valores mais em conta. As pessoas estão ficando desesperadas e, para os voos com escala pela Etiópia, onde ainda é permitida a entrada, os valores da passagem chegam a R$ 20 mil”, relata.
Hoje, Marina faz parte de um grupo de mais de 200 brasileiros em um aplicativo de mensagens, onde as pessoas trocam informações e tentam se ajudar de alguma forma. A última tentativa do grupo foi a de fretar um voo por meio de uma companhia aérea comercial, mas também acabou não dando certo por conta da baixa adesão.
A variante
Enquanto o mundo está com os holofotes voltados para a África do Sul, testes realizados nos dias 19 e 23 de novembro detectaram a variante ômicron na Holanda, antes, portanto, da entrada do vírus na Europa – supostamente por dois voos vindos da África do Sul.
A descoberta da ômicron gerou preocupações sobre a possibilidade de resistência às vacinas existentes, além de um prolongamento da pandemia de Covid-19, que já dura quase dois anos.