Daniel Dias conquista bronze em Tóquio, 25ª medalha do atleta
O multimedalhista paralímpico Daniel Dias, que mora em Atibaia, chegou à sua 25ª medalha em Jogos Paralímpicos. Foto divulgação
Nadador brasileiro, terceiro colocado nos 200m livre da classe S5 em Tóquio, foi superado por atletas remanejados de outro subgrupo.
O multimedalhista paralímpico Daniel Dias chegou à sua 25ª medalha em Jogos Paralímpicos com um bronze nos 200m livre da classe S5 nesta quarta-feira, no Centro Aquático de Tóquio. Daniel é morador de Atibaia.
Com as alterações feitas pelo IPC, nadadores de classes acima, ou seja, com menos limitações físicas, foram remanejados para a do brasileiro (S5). Foi o caso, por exemplo, do italiano Francesco Bocciardo, ouro nos 200m livre nesta quarta, que era da S6 – levou o ouro nos 400m nesta classificação nas Paralimpíadas do Rio.
– Se eu for pensar nos dois primeiros [Bocciardo e o espanhol Antoni Ponce], foram atletas que eram da S6 e vieram para a S5. Por isso que eu vibrei muito com a medalha, vibrei muito com a conquista. Porque de fato isso aqui valeu muito para mim. As outras provas vão estar mais difíceis ainda, vão ser bem difíceis. Então é vibrar, curtir cada momento, sabendo que esse processo aconteceu. Falarei mais dele depois de ter nadado todas as provas. Deixando bem claro, a gente sabia que precisaria ter uma mudança, mas não da maneira que foi, que acabou prejudicando muita gente. Inclusive, muitos atletas com os quais tenho conversado estão parando de nadar por conta da reclassificação – disse Daniel, de 33 anos.
O brasileiro ainda disputará outras cinco provas em Tóquio antes de se despedir do megaevento e do esporte paralímpico profissional. Ele já anunciou que se aposentará na capital japonesa.
Entre os prejudicados pela reclassificação está outro ícone da natação paralímpica nacional, Andre Brasil. Dono de 14 medalhas em Paralimpíadas, ele entrou com uma ação na Justiça contra o IPC para esclarecer a reclassificação de 2019 que o tornou inelegível para o esporte paralímpico, apesar de sua deficiência não ter mudado. O Comitê Paralímpico do Brasil (CPB) apoia o atleta e também é parte da ação judicial.
O esporte paralímpico, principalmente na natação e no atletismo, é subdividido em classes. O atleta passa por uma banca de avaliação que define, de acordo com as deficiências dele, qual segmento está mais de acordo. De tempos em tempos, os competidores são reavaliados pelos classificadores, que podem ou não mantê-los no grupo previamente indicado.
Fonte: Ge