Mesmo com chuvas, Sistema Cantareira opera com apenas 23,5% de sua capacidade

Sistema não abastece diretamente Atibaia, mas a diminuição da vazão pode influenciar a captação de água da cidade.

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O Atibaiense – Da redação

As chuvas dos últimos dias na região colaboraram para que o Sistema Cantareira apresentasse uma leve alta no seu reservatório, mas a situação atual ainda é de alerta. Na sexta-feira, estava operando com 23,5%.

 

 

 

Desde o dia 29 de outubro, com as chuvas da região, o Sistema Cantareira passou a apresentar um aumento no nível do reservatório. Valor ainda é irrisório perto do que seria o ideal, mas ao menos por alguns dias, já colaborou para que não permanecesse na queda que vinha acontecendo.
Após os primeiros dias de chuva, em 29 de outubro, o nível do Cantareira estava em 23,3%. No dia 31/10 subiu para 23,4% e no dia 3 de novembro chegou aos 23,6%, mantendo-se assim até dia 6. Na sexta-feira (ontem), dia 7, já caiu para 23,5%. Para se ter uma ideia de como o nível da água está caindo, há um mês, em 7 de outubro, estava em 26,8%.
A situação este ano é crítica. Em 2024, em novembro, o Cantareira operava com 46,1% do limite.
Caso as chuvas continuem, será possível ter um “fôlego” com relação ao abastecimento de água, mas se houver períodos longos de calor e muito sol nas próximas semanas, a situação de toda a região, incluindo Atibaia, pode ficar crítica.
O Sistema Cantareira abastece a Grande São Paulo, mas se os reservatórios ficam baixos, Atibaia também sofre. Isso porque a Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) controla a vazão da água que sai dos seus reservatórios, incluindo aqueles que ficam em Piracaia e Nazaré Paulista. A vazão que sai dessas cidades chega ao rio Atibaia, esse sim o responsável pela maior parte do abastecimento da cidade.
Se cai a vazão de água que chega ao rio Atibaia, o nível de captação de água pode ficar baixo e isso interfere na quantidade que chega até a ETA Central, principal estação de tratamento do município.

 

 

Atibaia tem captação de água no rio Atibaia e no Córrego do Onofre, os dois principais responsáveis pelo abastecimento. Também há estação de tratamento no bairro do Portão, mas a captação é local e não tem apresentado problemas.
Já o Córrego do Onofre constantemente tem problemas, prejudicando o abastecimento da região do Cerejeiras e Imperial principalmente. Se falta água na estação Cerejeiras, é preciso mandar água da ETA Central para colaborar com o abastecimento. E é aí que começa o problema para toda a cidade. A capacidade não é suficiente para todo mundo.
A Prefeitura e a SAAE estão fazendo campanhas para que a população economize água, mas agora no final do ano, com o aumento do turismo e dos visitantes de final de semana, haverá alta no consumo e o risco de faltar água é grande.
Uma alternativa que a cidade pode adotar é diminuir a pressão da água durante a madrugada, como a Sabesp vem fazendo na Grande São Paulo, por determinação da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), com o intuito de preservar os mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo. A redução da pressão noturna economizou 33,6 bilhões de litros de água desde que a medida foi implementada, em 28 de agosto, de acordo com a Sabesp.
Para se ter uma ideia da dimensão, o volume total economizado com a medida supera a capacidade de dois sistemas produtores de água cheios. Juntos, os sistemas Alto Cotia (16,6 bilhões de litros) e Rio Claro (13,7 bilhões de litros) somam 30,3 bilhões de litros.
Essa economia corresponde ainda ao consumo de 5,89 milhões de pessoas durante um mês, o que representa mais de sete meses do consumo da população de São Bernardo do Campo, no ABC.
Entre os dias 27 de agosto e 21 de setembro, a redução da pressão ocorreu por oito horas, começando às 21h e encerrando às 5h. A partir de 22 de setembro, o horário foi ampliado em duas horas, com início às 19h e término às 5h.