Saberes ancestrais são preservados pelo Conselho Internacional das Treze Avós Nativas

Como esta coluna está sempre falando dos avós, hoje olhamos para o Conselho Internacional das Treze Avós Nativas, fórum mundial formado por avós de várias tradições espirituais de diversos pontos do globo (da Floresta Amazônica, do Círculo Ártico da América do Norte, das Grandes Florestas do Noroeste Americano, das Vastas Planícies da América do Norte, das Terras Altas da América Central, das Colinas Negras do Dakota do Sul, das Montanhas de Oaxaca, do deserto do Sudoeste Americano, das Montanhas do Tibet e da Floresta da África Ocidental). Sua primeira reunião foi no Estado de Nova York em 2004, em torno da visão comum de formar aliança global de preces e educação em benefício da cura do planeta Terra e de todos seus habitantes, especialmente crianças e as gerações vindouras.
Firmadas sobre suas relações com as medicinas tradicionais e acreditando que a preservação de seus modos ancestrais de rezar e cultivar a paz e a saúde é hoje necessidade vital, as avós assumiram o compromisso de peregrinar pelo mundo e plantar sementes de ação pelo despertar da consciência da paz. Desde a sua constituição, o Conselho vem peregrinando pelo planeta, realizando encontros nos países natais de cada uma das avós. Elas compartilham experiências e visões de mundo sobre temas como mudanças climáticas, perda da biodiversidade com o desmatamento, situação de risco dos recursos hídricos, consumo, mudança cultural (idiomas nativos que se perdem, opressão cultural, imposição religiosa mediante pressão social, econômica e política), conhecimentos tradicionais em desuso (parteiras, medicinas tradicionais, manejo tradicional da biodiversidade), intergeracionalidade, valorização do Feminino Sagrado e da sabedoria dos mais velhos, em comparação com a sociedade atual que despreza a velhice e oprime o feminino).
Embora falando diferentes idiomas e cultivando costumes diversos, formam apenas uma voz hasteando a bandeira da paz em benefício de sete gerações vindouras e de todos aqueles que não possuem voz. Mesmo com tanta guerra, em nosso interior se expande centelhas de esperança, mensagem que nos chega dos ancestrais – avós, bisavós, tataravós – que nos sopram seu alento e nos protegem de todo esquecimento. Ao longo do tempo, as profecias sinalizaram que chegaria o momento da transmutação da humanidade e que as mulheres estariam à frente do processo. E aqui estão as avós nativas, trazendo a semente do futuro.

* Luiz Gonzaga Neto é jornalista, analista em comunicação da Câmara de Atibaia e blogueiro, autor de brincantedeletras.wordpress.com. Esta coluna pode ser lida também no site do jornal O Atibaiense – www.oatibaiense.com.br.