EDITORIAL – Boatos não são notícia

A população de Atibaia tem se deparado nas últimas semanas com uma série de informações preocupantes. A maioria delas relacionadas com a Administração municipal.São publicações em redes sociais, mensagens de aplicativos e até mesmo conteúdos apresentados como “informações exclusivas”, mas que, em sua maioria, não passam de boatos. E boatos não são notícia e muito menos informação.
É comum na política nos depararmos com as famosas “fake news”, ou, em português claro, notícias falsas. Esse não é um fenômeno novo. As “fakenews” sempre existiram, mas a internet – especialmente as redes sociais – impulsionou e deu força para os boatos.
É importante questionar o poder público com relação a ações e projetos, a problemas sem solução, mas é preciso ter responsabilidade. Uma coisa é questionar um fato, outra é inventar o fato para confundir, dividir e desgastar a imagem do poder público local.
Esse movimento pode causar prejuízos reais. Quando as secretarias são questionadas sobre informações inexistentes, projetos importantes perdem credibilidade e parte da população, muitas vezes sem acesso à checagem, acaba sendo levada a acreditar em narrativas fabricadas.
É preciso lembrar que a desinformação não atinge apenas o governo, mas sim toda a cidade. Quando uma obra é desacreditada por notícias falsas, o morador que depende dela é o verdadeiro prejudicado. Quando um programa social é colocado em dúvida por rumores sem fundamento, quem mais perde é a comunidade que dele necessita.
Mais do que cobrar transparência da gestão municipal – obrigação que sempre deve existir –, cabe também à sociedade adotar uma postura crítica diante do que lê e compartilha. Verificar a fonte, buscar veículos confiáveis e desconfiar de mensagens alarmistas são passos básicos para evitar ser parte da engrenagem que espalha mentiras.
É claro que todo governo precisa ser cobrado e fiscalizado. Mas isso deve ser feito com base em fatos, não em invenções. Atibaia precisa de debate sério, não de fofoca virtual.