Pré-candidato a deputado estadual, Adriano Bedore defende que Atibaia precisa de protagonismo na região
Já confirmado na convenção do PSDB para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, Adriano avalia que cidade precisaria sediar importantes órgãos regionais.
O Atibaiense – Da redação
O advogado, memorialista e ex-vereador Adriano Bedore foi confirmado no último dia 30 de julho como um dos pré-candidatos a deputado estadual pelo PSDB, durante a convenção do partido em São Paulo. Em entrevista com o jornal O Atibaiense, ele falou sobre a pré-campanha e fez análise sobre a cidade.
Formado em Direito, advogou por muitos anos. Em 2012, ingressou no serviço público, como executivo público do Estado, cargo concursado. Apaixonado por história e memória, diz que está nos planos fazer faculdade de História, agora que existe o curso à distância. “Fica mais fácil realizar esse sonho. Gostaria de ter iniciado esse ano, mas veio o projeto político e adiei”.
Adriano é também autor dos livros “Raízes de Atibaia” e “Atibaia: o nascimento e o florescer de uma cidade” e organizador do livro “Famílias Ilustres e Tradicionais de Atibaia”, de José Luiz Teixeira. “Ajudei o José Luiz Teixeira a lançar o ‘Família Atibaiana’ e depois o Famílias Ilustres. Com o Lucas, que hoje é coordenador da minha campanha, fizemos o ‘Felicità’, sobre famílias italianas”, conta.
Na área política, como não poderia deixar de ser, teve a influência do pai, Odair Bedore, que foi vereador e presidente da Câmara. “Tinha 9 anos quando meu pai ingressou na política e acabou se tornando uma grande paixão. Infelizmente, pois hoje é muito difícil fazer política. Somos colocados no mesmo balaio dos maus políticos, que entram só por interesses. Quem tem boas intenções na política sofre muito”.
Adriano foi vereador na condição de suplente e ficou oito meses no cargo, na legislatura de 2013-2016. Em 2020, foi candidato a vereador pelo PTB, mas saiu do partido logo após eleição. A ida para o PSDB foi a convite de Luiz Fernando Pugliesi. “Não tinha intenção de focar na política, mas como ele é amigo, aceitei me filiar ao PSDB.
Fui na convenção no dia 30 de julho e meu nome foi aceito. Acabei até fazendo amizade com o Marco Vinholi, presidente estadual do partido, temos conversado. Além de participar do PSDB municipal acabei me aproximando do PSDB estadual”, destaca.
Adriano diz ser uma grande responsabilidade estar no partido do Governo de São Paulo. “É um partido forte, as exigências são muitas. O PSDB tem 95 candidatos a deputado estadual, devido à nova legislação e consegui ser escolhido em um dos principais partidos. O que mais tem prefeitos no Estado e o partido do governador desde 1995. Isso tem um peso”.
Adriano não deve fazer dobrada com federal do PSDB. Afirma que conversou com partido e explicou que Atibaia tem o pré-candidato Saulo Pedroso. “Temos divergências ideológicas e políticas. Tenho críticas ao governo dele, mas reconheço muitos avanços. Sou de Atibaia e enxergo o quão importante é a cidade ter um representante nos parlamentos estadual e federal. Meu pensamento é que mesmo havendo divergências, no passado próximo Atibaia nunca teve chances tão boas de chegar a ter um deputado federal pela cidade e região. Reconhecendo a importância que isso tem para a região e Atibaia, perguntei se tinha que dobrar com candidato a federal do PSDB. Fui liberado pelo partido”.
GOVERNADOR
“O nosso pré-candidato Rodrigo Garcia é o melhor nome para governador desde o Mario Covas. E nós sabemos que o governador pega o mapa de São Paulo e vê qual cidade tem deputado. Essas cidades ficam em primeiro plano, o olhar é diferente. Assim é com o Congresso também. Imagina cenário do Rodrigo Garcia reeleito e um deputado de Atibaia? Muda tudo”, avalia.
Adriano considera que essa será uma eleição difícil, especialmente pelo fato de haver disputa muito acirrada entre dois presidenciáveis. “Não sabemos como eleitor vai se comportar. A divisão para presidente pode desmotivar muita gente e a abstenção pode ser grande. A abstenção vem aumentando a cada eleição. Não sabemos a votação necessária. Pode ser que com 25 mil votos eleja o último deputado do partido. Ou pode eleger último com 100 mil votos e alguém com 90 mil ficar de fora”.
TRABALHO
A pré-campanha de Adriano vem sendo trabalhada com força maior em Atibaia e ele deve expandir para cerca de dez cidades próximas. Adriano defende a importância de municípios formarem consórcios intermunicipais. “Fortalece as regiões e colabora para formar os futuros distritos. Acredito que o voto distrital seria melhor formato de eleição dos representantes. Somente alguns candidatos daquele distrito poderiam ser eleitos. E criar consórcios regionais para solucionar questões que envolvem os municípios também colabora para essa discussão dos distritos”.
Adriano defende o desenvolvimento de Atibaia mas de forma sustentável. Ele cita o exemplo das chamadas “slowcities”, comuns na Europa. “São cidades que desaceleram não o desenvolvimento, mas que recebem verbas para valorizar a cultura local. Aqui seria interessante esse formato de receber recursos estaduais quando a cidade focar na valorização do comércio, cultura e folclore locais. Que se desenvolvam de forma sustentável, com sua identidade, valorizando a história. Até hoje na Alesp é inédito isso”.
Ele também destaca que Atibaia precisa explorar melhor o turismo sustentável. Há dois parques estaduais na cidade e, segundo Adriano, eles podem ser preservados e ao mesmo tempo gerarem renda com o turismo. “Você só preserva aquilo que você conhece. Precisamos que os mais jovens conheçam a Grota Funda, a Pedra Grande. Sendo educadas para preservar, elas vão preservar. Vão ensinar os pais. Vão defender esses parques. Atibaia no turismo e meio ambiente é diamante bruto. Se lapidado corretamente, pode ser transformada em uma cidade com potencial enorme. Na Europa há cidades com muito menos atrativos naturais que são turísticas”.
O pré-candidato defende que um consórcio que valorize moradores e histórias locais da região pode ser uma alternativa. “Criar regramento nos moldes que Europa já faz. As cidades que conseguirem atingir essas condições receberiam verbas de um fundo do Estado”, explica.
FORÇA POLÍTICA
Adriano destaca que a cidade ter um deputado permite ter força para lutar por certas questões. “Deputado tem que ter força política para brigar por certas questões. Temos que brigar para que jovens tenham formação para ingressar nas novas profissões. Temos que trazer boas escolas técnicas. É prometida há muitos anos a Fatec e perto da eleição sempre falam que vem. E depende do governador a ser eleito. O atual já prometeu a Fatec… Tem que cobrar que venha”.
Ele continua: “Temos que trazer para cá instituições de ensino públicas e privadas que preparem nossos jovens. Tem que sentar com essas pessoas para mostrar o lado positivo de Atibaia. Grande desafio do Brasil para deixar de ser país em desenvolvimento é cuidar da educação dessa moçada que está indo para o mercado sem qualificação. Hoje vemos várias áreas sem profissional para completar seus quadros”.
REGIÃO DE ATIBAIA
Muito tem sido falado de representatividade e Adriano faz coro nesse grupo. “Aqui nasci e aqui eu moro. Atibaia e região precisam de representante para defender seus interesses. Sentar-se com governador e convencê-lo das demandas da cidade. Importância principal é ter representatividade”.
O pré-candidato defende ainda que deveria existir uma região de Bragança Paulista e outra de Atibaia “Até porque Atibaia é mais antiga que Bragança e somos superiores em muitos índices. Tem que ter esse protagonismo. Temos que entender que são duas regiões irmãs. A de Atibaia que compreende Bom Jesus dos Perdões, Nazaré Paulista, Piracaia, Joanópolis e podemos até citar Jarinu. E a região de Bragança Paulista, que compreende Pinhalzinho, Pedra Bela, Tuiuti e outras cidades que foram desmembradas de Bragança Paulista. Atibaia tem que reconquistar o protagonismo político”.
Adriano ressalta que Atibaia deveria ter, como Bragança Paulista, um Batalhão da PM e uma Delegacia Seccional. “Comparativamente se pegarmos a região de Atibaia e Bragança Paulista nós somos mais ricos, temos maior arrecadação nos sete principais impostos. Questão de população e territorial é muito parecida. Até na questão religiosa. Bragança tem bispo e Atibaia não tem. E Atibaia deveria ter, é a cidade mais antiga. Falta representatividade. A bem da verdade é que todas as decisões são políticas. Se for montar um hospital regional. Vai para Atibaia ou Bragança? Tem alguém de Atibaia na Assembleia Legislativa? Não. Tem de Bragança? Tem. Então governador vai chamar o representante de Bragança para conversar”, conclui.