A diplomacia faz o papel de mediação na guerra
“A função da diplomacia é evitar guerras”, disse um professor de Relações Internacionais em vídeo postado no YouTube. Mas nem sempre esse objetivo é conquistado. A guerra entre Rússia e Ucrânia, um dos conflitos que agitam o planeta neste 2022, acendeu a sensibilidade para o sofrimento das populações civis, graças ao impacto das redes sociais e à competição midiática entre os lideres dos dois países. Nesse cenário, chama a atenção o papel dos diplomatas, que tentam organizar as negociações bilaterais e multilaterais, no sentido de harmonizar minimamente os interesses e reduzir a crise humanitária, política e, principalmente, econômica.
Como nosso assunto aqui é mediação/conciliação, cabe esta pequena reflexão sobre a temática das relações internacionais, presente desde os pensadores da antigüidade grega, exigindo para sua melhor compreensão uma leitura sob a ótica mais ampla das relações entre estados e povos. No mundo moderno, a disciplina Relações Internacionais surgiu após a Primeira Guerra Mundial e experimentou notável desenvolvimento, transformando-se em matéria indispensável para o entendimento do cenário atual. É área essencial do conhecimento, ao mesmo tempo antiga, moderna e contemporânea.
Ao ver imagens das reuniões entre os diplomatas, percebemos como leigos a dificuldade de diálogo perante crescentes interesses militares, territoriais, políticos e econômicos, que falam muito mais alto. Como fazer a defesa da democracia e da liberdade ameaçadas pelo avanço do totalitarismo histórico e suas variantes atuais? Há trabalhos acadêmicos sobre guerra e paz na internet, buscando entender e contextualizar fatos que atravessam a história da humanidade e relativizam as preocupações contemporâneas.
“A guerra é de todas as épocas e de todas as civilizações. Os homens sempre se mataram, empregando os instrumentos fornecidos pelo costume e a técnica disponível: com machados e canhões, flechas ou projéteis; explosivos químicos ou reações atômicas; de perto ou de longe; individualmente ou em massa; ao acaso ou de modo sistemático. As guerras nem sempre supõem soluções claras e definitivas. Além de ganhar, cabe considerar a hipótese de ‘não perder’. A condução das operações é tão essencial como a própria estratégia. Pensar na paz, a despeito do fragor dos combates, e não esquecer a guerra quando as armas silenciarem”, aconselhava Raymond Aron, ícone francês entre os pensadores do século XX . Enfim, os objetivos da política externa precisam ser fixados com clareza.
O que dizem otimistas e pessimistas acerca da possibilidade de eliminação do conflito bélico? A diplomacia costuma ser pragmática, mas tenta insistir na preservação da vida civilizada. Aron dizia: “O animal humano é agressivo, mas não luta por instinto; a guerra é uma expressão da agressividade humana, mas não é necessária, embora tenha ocorrido constantemente desde que as sociedades se organizaram e se armaram. A natureza humana não permitirá que o perigo da violência seja afastado definitivamente; em todas as coletividades os desajustados violarão as leis e atacarão as pessoas. O desaparecimento dos conflitos entre indivíduos e entre grupos é contrário à sua natureza. Mas não está provado que os conflitos devam manifestar-se sob a forma de guerra, tal como a conhecemos há milhares de anos – com o combate organizado e o uso de instrumentos de destruiçào cada vez mais eficazes”.