Projeto Agente Multiplicador mostra a culpa e o perdão no sistema familiar
O Projeto Agente Multiplicador, do Cejusc Atibaia-Jarinu, realizou em 21 de outubro a exposição/palestra “Sistema Familiar – Culpa e Perdão”, inicialmente a cargo da dra. Margarete Saltoratto – diretora da CAMCESP (Câmara de Arbitragem, Mediação, Conciliação e Estudos de São Paulo), mas que foi substituída por Tatiane de Carvalho Schippinik da Cruz. Ela destacou as competências emocionais do mediador/conciliador e lembrou que as partes chegam às sessões com culpa e a possibilidade do perdão, passividade mas também proatividade na questão da responsabilização enquanto nível de consciência.
“A culpa é um sentimento negativo, que nos prende a uma situação, não nos deixa viver o presente e nos paralisa. Muitas vezes, a culpa traz a vergonha, impedindo inclusive que se peça perdão, que se corrija de alguma forma o que foi feito”, afirmou a palestrante. “Estimulamos o olhar para a culpa como oportunidade de apredizado e crescimento. Claro que as condições de mudança enfrentam o medo, o preconceito, as formas de pensar, ver e viver. Então, vamos trabalhar a culpa e caminhar no sentido do perdão”.
O sentimento divino do perdão, que o coração humano pode realizar, é abordado no livro “O Poder do Perdão”, de Fred Luskin (2003). O autor fala das etapas do perdão (como ministrar e administrar), do conceito de gestão emocional, das técnicas de controle de estresse. Ele provou e comprovou que o exercício do perdão é benéfico para a saúde física e mental de qualquer pessoa. Luskin apresenta ferramentas técnicas que permitem livrar-se da mágoa e da culpa, controlar melhor as emoções e sentir a paz de espírito resultante do perdão.
A dra. Eloisa Hashimoto citou os documentários “O silêncio dos homens” e “A sabedoria do trauma” como materiais para reflexão. The Wisdom of Trauma é ótimo: o dr. Gabor Maté faz entrevistas com várias pessoas sobre o trauma por que passaram e as levou a diferentes vícios, que podem servir de gatilho. Já o primeiro filme, de 2016, surgiu quando Guilherme Nascimento Valadares, da equipe do site Papo de Homem, realizou pesquisa com a participação de mais de 40 mil pessoas. Ele contou com o apoio de organizações como a Natura Homem, a Zooma Inc, a Reserva, a Monstro Filmes, o Estúdio Nono, a ONU Mulheres e a campanha #HeForShe. A partir desse levantamento inicial, foi possível constatar que somente três em cada 10 homens se sentiam confortáveis para falar sobre fraquezas, medos e inseguranças.
Para terminar, ficamos com a frase que abriu a palestra de Tatiane: “O perdão não muda o passado, mas amplia o futuro” (“forgiveness does not change the past but it does enlarge the future”), de Paul Boese (1923-1976), empresário norte-americano, cuja citação foi publicada pela primeira vez em fevereiro de 1967 e está em diversos sites da internet. É um bom exercício para todos nós!