Câmara analisa Plano Diretor para Turismo de Atibaia
Projeto de lei complementar prevê ações para período de 2021 a 2024 e foi protocolado na primeira sessão legislativa do ano.
O Atibaiense – Da redação
A Câmara Municipal está analisando o projeto de lei complementar que institui o Plano Diretor do Turismo de Atibaia para período de 2021 e 2024. A revisão do plano é necessária a cada três anos, como exigência para que o município mantenha a classificação de Estância Turística.
De acordo com as considerações do prefeito Emil Ono na apresentação do plano ao Legislativo, “a aprovação deste projeto vai contribuir com o turismo no município e ajudar na geração de receitas e empregos no setor da hotelaria, gastronomia, atrativos turísticos e prestadores de serviços, além de contribuir na conservação do patrimônio natural e na valorização da cultura local”.
Na análise realizada para a atualização do documento, destaca-se que Atibaia tem 27 meios de hospedagem em funcionamento, sendo 12 pousadas, dez hotéis, três resorts, uma pousada-camping e um hotel fazenda. Os preços são diversificados, atendendo todo tipo de público. Há 18 empreendimentos na área urbana e nove na área rural.
Ainda de acordo com o diagnóstico apresentado no projeto, o público que frequenta os meios de hospedagem de Atibaia é na maioria da cidade de São Paulo. Além da característica do turismo de lazer, há os empreendimentos que recebem prioritariamente o público corporativo ou de negócios.
No levantamento realizado em 2020 para a apresentação do novo Plano Diretor, verificou-se que os meios de hospedagem visitados empregavam 1.479 funcionários fixos e 56 funcionários temporários, totalizando 1.535 funcionários. Com a pandemia e o forte impacto no setor de turismo em 2020, os números podem ter sido afetados, apesar do setor começar a apresentar recuperação desde o final de 2020.
Outro ponto destacado no documento é a ampla oferta de estabelecimentos de alimentação, com diversas opções gastronômicas. “Há registrados no município 814 estabelecimentos, entre bares, docerias, sorveterias, lanchonetes, padarias e restaurantes (…). Foram selecionadas através de informações obtidas junto a Associação Comercial e Industrial de Atibaia (ACIA), e também junto aos empresários, 81 empresas de alimentação que recebem fluxo turístico e pessoas com segunda residência no município”.
Em 2020, quando foi feito o levantamento, esses 81 estabelecimentos empregavam 867 funcionários fixos, residentes na cidade de Atibaia e região. “Há ainda a geração de trabalhos temporários, nos períodos de férias, finais de semana e feriados, que não estão sendo contabilizados, devido à imprecisão por parte dos empresários, no fornecimento da informação”.
O levantamento traz ainda informações de cada atrativo turístico da cidade, seja natural, histórico, cultural e outras opções. Há também destaque para as cidades identificadas como concorrentes de Atibaia. São 17 localidades, todas numa distância máxima de 200 km de São Paulo.
Há a observação de que, diante dos concorrentes, seja em atrativos, gastronomia ou hotelaria, Atibaia vem se destacando cada vez mais. “Os atrativos estão se estruturando, e com isso, sendo mais procurados. A gastronomia crescendo em todos os tipos de cozinha e atraindo também franquias de fast food, e outras, oferecendo cada vez mais opções aos turistas. A rede hoteleira existente tem investido em ampliação na área de eventos corporativos, um segmento muito procurado na cidade, também em lazer e recreação para crianças”, ressalta o projeto de lei.
Existe ainda um diagnóstico dos pontos fortes e fracos de Atibaia no setor, para que sejam analisados e, no caso dos pontos fracos, corrigidos.
Entre os pontos fortes destacados estão a localização privilegiada próximo a polos emissores (São Paulo, Campinas, São José dos Campos e Sul de Minas Gerais); fácil acesso e condições favoráveis às duas rodovias (Rodovia Fernão Dias e Rodovia Dom Pedro I); parque hoteleiro diversificado e de qualidade; atendimento médico hospitalar de qualidade.
Também são listados os atrativos turísticos e eventos considerados como pontos fortes.
Entre os pontos fracos estão dificuldades de infraestrutura em alguns locais, como acesso à Pedra Grande, falta de conservação das trilhas da Serra do Itapetinga, dificuldades de estrutura nas áreas rurais e ainda deficiências em alguns pontos turísticos, como falta de banheiros e área de alimentação.
Foi citada ainda a questão dos próprios moradores de Atibaia não conhecerem ou saberem informar sobre os pontos turísticos e que o horário de funcionamento do comércio não é adequado para uma cidade turística. A falta de manutenção nos prédios do centro histórico é outro ponto fraco citado.
Entre as ameaças ao turismo, estão: “falta de planejamento e preservação de obras públicas para o turismo; descaracterização de áreas rurais e ambientais, enquanto há o aumento da demanda de uso por estas áreas pelo ‘novo turista’ (pandemia), podendo acarretar em uma redução do fluxo turístico; falta articulação intersetorial (cultura, comunicação, meio ambiente, etc.) com o segmento de turismo e baixa percepção da possibilidade de utilização de produtos culturais, ambientais, naturais, rurais, como atrativo”.
Entre as oportunidades que existem para o desenvolvimento do turismo estão: “localização privilegiada; proximidade com os Aeroportos de Guarulhos e Viracopos; melhoria na infraestrutura e gestão das unidades de conservação; aproveitamento Aeroporto Local (melhorias); reconhecimento nacional e internacional pelo título de ‘Cidade das flores e morangos’; ser classificado como uma Estância Turística; aproveitamento do Parque Municipal Alberto Gavazzi (represa da Usina); potencializar o turismo por meio da Cultura Japonesa; estruturação das unidades de conservação para visitação; cultura tradicional como produto turístico.
A conclusão é que, considerando todos (citamos apenas alguns nesta matéria) os pontos fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades, “podemos perceber que o Turismo na cidade, é, e pode vir a ser ainda mais, uma atividade que venha a gerar maior receita, desenvolvimento econômico e geração de novos empregos”.
O documento é finalizado com a descrição de metas a curto, médio e longo prazos. O projeto de lei complementar completo está disponível no site da Câmara Municipal.