Vendaval neste 2021, mas “está tudo bem”
Comecei esta crônica, a primeira do ano, ouvindo a música de muito suingue “Vendaval”, de Ed Motta, uma boa descrição para o que está acontecendo no país e no mundo. Na letra, o cantor/compositor dá uma de brasileiro – “tá ruim, mas tá bom”. É o nosso estilo de sair pela tangente nos piores momentos da história e abrir espaço para a famosa criatividade, agora necessariamente com ética e compromisso público.
Não sei se a mídia no geral está refletindo bem a saída do poço que a nação está fazendo. Vemos os sinais em Atibaia. A crise da pandemia, com seus reflexos na política/orçamento municipal e na economia, continua apavorando, mas a população, suas forças econômicas e artísticas, se movimentam em busca da luz no fim do túnel. Ainda não deixamos para trás a escuridão, só que constatamos as chances para isso.
A proximidade da vacinação contra o vírus letal acende a esperança e a coragem de enfrentar o desafio. A vacina não será a solução 100% do problema, nem sanitário nem econômico, o que poderá ser frustrante no curto prazo, com a vantagem de dar fôlego para prosseguirmos no “novo normal” – um quadro de cuidados sanitários com possibilidades de avanço na sociedade como um todo.
O início de um novo governo municipal e de uma nova composição na Câmara é auspicioso e reforça essa boa expectativa, embora vozes discordantes se manifestem dentro do jogo democrático. Por falar nisso, precisamos de uma oposição organizada e fundamentada em seus projetos e soluções para a cidade. O que vimos na eleição de 2020 foi um “passeio” da situação, o que é positivo para os vencedores das urnas e para a população, com este “senão” do futebol político – é melhor ganhar as partidas contra competidores à altura. Concordam?
No meu cenário profissional, vejo que posso manter minha atuação na Câmara, tanto na assessoria de imprensa, onde brinco também de programador cultural, quanto na participação nos processos internos de reforma administrativa e elaboração de relatórios dos PADs, os processos disciplinares que deixaram muitas feridas emocionais e funcionais no seio do Legislativo. Temos de curá-las para virar esta página triste da política local. E esta é uma agenda assumida perante o Ministério Público e a Justiça.
Como assessor de imprensa, procuro jogar para o time que acompanha a cidade e não posso revelar os segredos da estratégia e do que vivo no instante mesmo das experiências. Aos poucos, vou contando aqui, neste espaço privilegiado que me concedeu a diretoria do jornal O Atibaiense, as lições deste intenso e profundo treinamento. Espero tirar boas notas novamente em 2021.
Feliz Ano Novo para todos. Abs.
Por Luiz Gonzaga Neto