Melhor presente de Natal é a vacina contra o coronavírus
Depois de nove meses de pandemia, estamos sonhando com a vacina. Sim, nós que acreditamos na ciência e não negamos o perigo do coronavírus. Seria, de fato, um excelente presente de Natal, mesmo chegando depois do Ano Novo, lá para fevereiro ou março. Uma foto que me marcou na imprensa, nesta semana, foi a de Joe Biden, o presidente eleito dos Estados Unidos, que recebeu diante das câmeras de televisão a vacina contra a covid-19.
A notícia informava, naquele dia, que os Estados Unidos já somavam mais de 318.000 mortos e mais de 17 milhões de infecções pela covid-19. A tensão e o estresse consumem as duas pontas da pandemia: a luta da ciência e da medicina e a missão de informar, orientando as populações e alertando para o fato de que pandemia “não acabou”.
Uma abordagem de peso e muito bem editada foi a realizada pela revista Nature, que escolheu as dez mentes que moldaram a ciência neste 2020 e relembrou grandes feitos científicos. O combate à pandemia é central, com figuras como o diretor da OMS e a primeira-ministra neozelandesa, mas outros avanços científicos menos conhecidos também ganharam destaque na primorosa edição. A revista Gama, que é excelente, reproduziu a matéria.
O outro lado da pandemia, como uma espécie de espelho da natureza, é a destruição pela qual a Amazônia enfrentou em 2020. Por meio do Prodes, um projeto que monitora por satélites o desmatamento na região, já se tem uma ideia da devastação provocada na maior floresta tropical do mundo, neste ano. Segundo o Greenpeace, que tem boletins informativos muito interessantes para quem gosta de acompanhar noticiários de ponta, entre agosto de 2019 e julho de 2020 o desmatamento na Amazônia atingiu 11.088 km², o que representa um aumento de 9,5% na destruição do bioma, sendo o maior índice desde 2008. Equivale a 1,58 milhão de campos de futebol. Considerando o período analisado, é como se fossem desmatados 3 campos por minuto.
Voltando à pandemia, segundo o jornal El País a história se repetiu. O coronavírus, que chegou ao Brasil trazido por turistas de classe média que voltavam das férias na Europa, voltou a atacar as classes A e B. Privilegiada pela possibilidade do home office e enfadada após meses de isolamento social, essa faixa da população tomou as ruas do país, explodindo o número de casos de covid-19. E pior: a reinfecção começou a ser registrada com mais frequência e novas cepas do vírus apareceram na Europa.
Espero que os leitores do jornal O Atibaiense tomem cuidados nestas festas de fim de ano. Existe o temor por parte das autoridades de que os números da doença no país explodam, tendo em vista o aumento de confraternizações e reuniões de amigos e familiares para celebrar o Natal e o Ano Novo. A opção é: deixar de estar com seus familiares por um ano, um momento, e poder desfrutar destes momentos num futuro próximo, ou correr o risco de morrer e acabou.