Reunião define estratégia para campanha sobre violência doméstica
Farmacêuticos e atendentes foram orientados a acionar a polícia caso a vítima mostre um “X” na palma da mão, em papel ou mesmo com as mãos.
Em reunião virtual na sexta-feira (31), a Dra. Carolina Cheque de Freitas, titular da 2ª Vara Criminal de Atibaia-SP, em parceria com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social – SADS, explicou às farmácias como funcionará na cidade a campanha de ajuda a vítimas de violência doméstica, na qual a mulher poderá fazer a denúncia em farmácias, ao mostrar um “X” escrito na palma da mão, em papel ou mesmo uma representação com as mãos.
As grandes redes de farmácias já fazem parte da campanha através de suas matrizes. Na reunião, que também contou com a participação de Eli Cristiano de Meneses, Delegado Regional do CRF-SP para Bragança Paulista e região, e de Viviane Aparecida Porfírio, Cabo Mediadora da Polícia Militar do Estado de São Paulo, entre outros, os atendentes e farmacêuticos locais foram orientados a acionar a Polícia ou a Guarda Civil Municipal, repassando os dados da vítima (como nome, RG, endereço e telefone). Se possível, o atendente deve conduzi-la a um espaço reservado até a chegada da viatura. Foi ressaltado que as farmácias não terão que participar da autuação ou processo judicial, mas atuarão unicamente como facilitadores da denúncia, cabendo às autoridades dar seguimento às medidas cabíveis.
A Dr. Carolina destacou a importância da campanha como mais um canal de socorro a pessoas que estão sofrendo abusos dentro de suas casas, explicando que as farmácias são locais que inspiram confiança e que permanecem abertos neste momento de isolamento social por causa da pandemia de Coronavírus, período em que houve aumento nos casos de violência doméstica, segundo estudo nacional. Por isso, a mulher deve ser acolhida nas farmácias, para que ela persista neste primeiro passo que deu, muitas vezes após anos de agressão, segundo a titular da 2ª Vara Criminal de Atibaia.
A campanha foi criada em junho pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) para ajudar pessoas que estão sendo vítimas de abuso em casa durante o isolamento social. Muitas delas enfrentam dificuldades em denunciar seus agressores, por isso a ideia de disponibilizar um canal silencioso, permitindo que essas mulheres se identifiquem nesses locais e, a partir daí, sejam ajudadas e tomadas as devidas soluções.
Atibaia já oferece várias maneiras para a vítima ser ouvida. Em situações de violência se deve entrar em contato pelos telefones 190 da Polícia Militar, 153 da Guarda Civil Municipal, 180 da Central de Atendimento à Mulher, ou a vítima comparecer diretamente a Delegacia de Policia Civil para registrar o boletim de ocorrência. Quem presencia casos de violência e agressão também pode denunciar pelos mesmos telefones sem a necessidade de se identificar. Casos de violência doméstica também podem ser registrados de forma eletrônica, pelo site delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br. Acesse aqui o guia com o passo a passo com orientação para registrar ocorrência de violência doméstica e familiar contra a mulher. A vítima pode buscar também voluntariamente o Centro de Referência da Mulher (CRM) – Rua Albertina Miéli Pires, 161, ou o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) – Rua Joaquim José da Silva Xavier, 219.