Mesmo com forte estiagem, Cantareira está com nível estável
O período de estiagem é o mais preocupante, pelo menor nível de chuvas, mas sistema opera com 58,23% da capacidade.
O Atibaiense – Da redação
Em 2014, o Estado de São Paulo começou a enfrentar uma grave crise hídrica, que atingiu principalmente a capital paulista e a região metropolitana. Mas Atibaia também sentiu os efeitos, com o nível do rio Atibaia baixo e necessidade de medidas para evitar desperdício de água. Em 2015, foi preciso decretar estado de emergência na cidade. Agora, seis anos depois do início da crise que perdurou até 2016, os sistemas de abastecimento operam sem riscos.
O Sistema Cantareira, um dos principais no abastecimento da grande São Paulo e que ficou com níveis negativos na crise, sendo preciso usar a chamada reserva técnica, agora está estável para o período de estiagem. O Cantareira não abastece Atibaia, mas quando há alterações muito bruscas no nível dos reservatórios, pode haver interferência na vazão do rio Atibaia, este sim o principal responsável pelo abastecimento do município.
Em janeiro de 2010, Atibaia enfrentou uma das piores enchentes. O risco dos reservatórios da Sabesp de transbordarem fizeram com que fosse aumentada a vazão que segue para o rio, colaborando com o transbordamento e atingindo bairros de forma mais grave.
Na crise hídrica, ocorreu o contrário. Com o controle de vazão, o rio Atibaia também acabou afetado, diminuindo a capacidade de captação de água para a estação de tratamento.
No monitoramento registrado na quinta-feira, dia 11 de junho, o nível equivalente do sistema estava em 58,23%. Em 11 de junho de 2019, o número era parecido – 57,8%.
A represa Jaguari/Jacareí, em Bragança Paulista, está com 62,61% da capacidade; a represa Cacheira, em Piracaia, com 34,63%; a represa Atibainha, em Nazaré Paulista, com 38,59%; a represa Paiva Castro, em Franco da Rocha, opera com 33,40%; a Águas Claras, em Caieiras, com 86,87% e a Jaguarí Cesp, em Igaratá, com 82,22%.
A represa Jaguari Cesp entra no Sistema Cantareira desde que houve a interligação com a represa Atibainha em Nazaré Paulista. A obra foi realizada pelo Governo do Estado para garantir a oferta de água. Com investimento de R$ 555 milhões, financiado pelo BNDES, a interligação das represas Jaguari (do Sistema Paraíba do Sul) e Atibainha (Sistema Cantareira) conecta duas bacias hidrográficas distintas, permitindo transferir água de uma região para a outra.
ABASTECIMENTO
Não basta, no entanto, verificar apenas o nível dos reservatórios e a vazão do rio Atibaia para garantir o abastecimento de água para a população dos municípios. O rio pode ter água suficiente, mas se não houver sistema de captação e capacidade de tratamento da água, corre-se o risco de desabastecimento.
Um exemplo é o município vizinho de Bom Jesus dos Perdões, que tem realizado neste ano de 2020 o racionamento de água. Para resolver o problema, foi preciso investir em obras para aumentar a captação do rio e também em nova estação de tratamento de água.
Em Atibaia, as obras da nova Estação de Tratamento de Água (ETA), na sede da SAAE (Companhia de Saneamento Ambiental de Atibaia), são fundamentais para garantir o abastecimento dos próximos anos e suportar o crescimento da cidade. Com a construção da unidade, que irá modernizar o sistema utilizado hoje na cidade, será possível atingir uma vazão de até 700 litros por segundo, o que representa praticamente o dobro da capacidade de tratamento de água atual (de 400 l/s).