Fique atento, é golpe!
Como há possibilidade de o número de telefone ser a chave Pix da pessoa, não é difícil para os estelionatários escolherem números de telefone aleatórios e tentarem os Pix.
Você já ouviu falar no golpe do bilhete premiado? Sua resposta provavelmente é que sim e que esse é um “velho golpe” de estelionatários; que ninguém mais cai nessa. Cai sim. Nessa e em muitos outros golpes. O mais novo deles é o do estorno do Pix. Já ouviu falar?
O Pix é hoje uma das formas de pagamento mais usadas no dia a dia e os golpistas tentam de todas as formas tirar vantagem. Pelo golpe do Pix errado a pessoa faz uma transferência de um determinado valor para a conta de uma vítima em potencial. Como há possibilidade de o número de telefone ser a chave Pix da pessoa, não é difícil para os estelionatários escolherem números de telefone aleatórios e tentarem os Pix.
Após a transferência, eles entram em contato pelo WhatsApp da pessoa (já confirmaram que aquele telefone existe com a transação do Pix) ou ligam dizendo que fizeram a transferência para a pessoa errada e que a vítima deve devolver o valor.
Na tentativa de convencimento, está uma das chaves para o golpe dar certo: a pessoa mal-intencionada pede a devolução em uma conta distinta da que fez a transferência inicial.A vítima pode até desconfiar, mas quando ela olha o extrato do banco, o dinheiro realmente está lá. E é aí que ela cai no golpe. Ela vê que realmente foi realizado o Pix para ela e, ao devolver o dinheiro em outra conta, cai no golpe. Isso porque o golpista se utiliza de um mecanismo criado justamente para coibir golpes, o Mecanismo Especial de Devolução (Med).
O mecanismo exclusivo do Pix foi criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, aumentando as possibilidades de a vítima reaver os recursos. Os criminosos acionam o procedimento, alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima.
A transação é analisada. No entanto, quando os bancos envolvidos nas transferências percebem que a vítima verdadeira recebeu o valor e logo em seguida transferiu para uma terceira conta, entendem essa triangulação como típica de um golpe.
Daí, ocorre a retirada forçada do dinheiro do saldo da pessoa enganada. Desta forma, o golpista que já tinha recebido o dinheiro de volta voluntariamente consegue mais uma devolução, em prejuízo da vítima.
Uma vez constatado que caiu no golpe, a pessoa pode também acionar o mecanismo de devolução. No entanto, a conta que recebeu o dinheiro transferido por “boa fé” pode já estar zerada, sem saldo para restituir o prejuízo.
A orientação é que a pessoa use a opção “devolver” que existe no Pix. Assim, o valor é estornado para o golpista sem prejuízo para a vítima.
Além de ficar atento a este golpe, é preciso sempre desconfiar de conversas suspeitas, inclusive de contatos próximos: quem não conhece alguém que fez transferências para golpistas achando ser a mãe ou o filho?
Esses golpes, além de serem um alerta para a população, devem servir para um debate mais sério sobre a punição. É hora das contas bancárias para as quais o dinheiro é transferido passarem a ser investigadas e identificadas. É preciso um mecanismo mais eficiente de identificação e punição dos golpistas.