Políticas públicas para população negra e o novo Relatório Anual Socioeconômico da Mulher

No governo Emil Ono, procuramos valorizar a mulher de Atibaia, em questões como as demandas habitacionais, até porque em muitos casos a população feminina responde pela liderança de famílias uniparentais.

Wagner Casemiro

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fez o lançamento do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), realizado pelo Ministério das Mulheres após quatro anos sem publicação. O primeiro indicador aponta que as mulheres são maioria no Brasil, totalizando 104,5 milhões em uma população de 203,1 milhões de pessoas, segundo dados do Censo 2022. No entanto, o público ainda é minoria quando se trata de postos de trabalho e políticas públicas de alto escalão.

 

No governo Emil Ono, procuramos valorizar a mulher de Atibaia, em questões como as demandas habitacionais, até porque em muitos casos a população feminina responde pela liderança de famílias uniparentais. Quanto ao Ipea, é alentador ver que a questão racial e a questão das mulheres negras foram retomadas como centrais na política nacional de desenvolvimento. É uma dimensão estratégica fundamental, principalmente quando a maioria da população é negra e quando a maioria das pessoas que estão na camada mais precária da sociedade são mulheres negras.
No caso do mercado de trabalho, a participação é desigual até mesmo entre as mulheres, quando se comparam as que se declaram brancas com aquelas que se declaram pretas ou pardas. Enquanto 53,9% das mulheres brancas participavam do mercado de trabalho em 2022, como ocupadas ou desocupadas, entre as mulheres pretas ou pardas a taxa era um pouco menor, 51,3%.
Nesse sentido, há o reconhecimento de que decisão de reconstruir o Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, responsável pelo relatório, foi uma das medidas mais importantes tomadas pela atual gestão. Sabe-se que são necessários mais dados sobre a questão das mulheres e que também faltam informações. Durante séculos e séculos, em todo o processo histórico, as mulheres foram invisibilizadas. Essa realidade vem mudando, mas ainda falta muito.
Para a elaboração do relatório, foram coletadas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e demais ministérios. As informações foram compiladas pelo Observatório Brasil da Igualdade de Gênero (OBIG).

* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.