Expectativa é positiva para final do ano, afirma Alessandro Roncoletta, presidente da ACIA
Alessandro Roberto Roncoletta analisa que as perspectivas para Atibaia são excelentes, com a economia vivendo momento de recuperação.
O Atibaiense – Da redação
O presidente da ACIA (Associação Comercial e Industrial de Atibaia), Alessandro Roberto Roncoletta, concedeu entrevista exclusiva a O Atibaiense e falou sobre as perspectivas para a economia do município. O cenário é positivo neste segundo semestre, indicando recuperação.
Roncoletta vem se recuperando bem da Covid-19. Ele contraiu a doença no começo deste ano e chegou a ser intubado, passando um grande período na UTI. “Ainda estou em recuperação, fazendo exercícios para a respiração e voltando às atividades, mas estou evoluindo bem”.
Atualmente a ACIA tem cerca de 560 associados, com potencial, de acordo com Roncoletta, de alcançar ao menos outros 1.000. “Todos os empreendedores podem se associar, desde o microempreendedor individual até autônomos, como dentistas, advogados, contadores, entre outros. “Ideia é que todos tenham acesso e possam participar. Nessa pandemia, a ACIA atuou na defesa dos comerciantes e prestadores de serviços, incluindo os menores. E mesmo os não associados. Temos uma responsabilidade social e objetivo de representatividade”, comentou.
Segundo o presidente, a ACIA tem buscado diferenciar o trabalho e trazer parcerias, como as que existem com o Sebrae e a Prefeitura, para cursos on-line e se preparando para a volta dos cursos presenciais.
Os associados contam ainda com serviços de locação de salas por valor módico, serviço de análise de crédito, facilidade de abrir portas para serviços como Sebrae e Senac e outros benefícios. “Pelo valor da mensalidade, vale a pena se associar. Há consultoria jurídica, instrução sobre lei de proteção de dados, instrução de abertura de empresa. São serviços interessantes e estamos estudando uma divulgação maior para os empreendedores conhecerem”, explicou.
O presidente da ACIA analisou ainda as mudanças no cenário econômico, com crescimento do MEI, especialmente durante a pandemia. E para ele, o pequeno também precisa ser acompanhado e acolhido.
Sobre a pandemia, Roncoletta disse que os prejuízos são imensuráveis. “Houve muito prejuízo, bastante fechamento de empresas, especialmente dos pequenos. Vamos sentir com o passar do tempo o prejuízo. Era para o cenário econômico estar melhor sem pandemia”.
De acordo com dados do Estado de São Paulo, houve fechamento substancial de comércios. “A nível estadual, falamos em cerca de 15% de fechamentos. Todos os setores foram prejudicados, desde prestação de serviços até comércio. O setor mais prejudicado foi o de eventos e em Atibaia, os transportadores escolares”, informou Roncoletta, destacando que a maioria dos fechamentos foram dos pequenos empresários.
Ele ainda ressaltou que a ajuda estadual e federal não atingiu os pequenos, já que as linhas de crédito não eram liberadas para esses empreendedores porque apresentavam restrições. “O Estado não ajudou, o que veio foi irrisório para atender aos pequenos empresários que precisavam de crédito, mas não conseguiam”.
O presidente da ACIA considerou que Atibaia teve um trabalho positivo na condução da crise causada pela pandemia e restrições impostas. “Tivemos um diálogo muito grande. A imprensa teve papel fundamental de levar informações. A Prefeitura teve papel muito assertivo, de tomar as decisões com base nas características da cidade e com o que estava ocorrendo aqui. Trabalhamos unidos, conseguindo tomar decisões”.
Apesar do cenário negativo, ele vê uma recuperação em curso. “Está crescendo número de empregos, estamos nos recuperando. As perspectivas são muito boas, com índice de vacinação aumentando. Estamos nos aproximando do final do ano, que aquece o comércio”, destacou.
Roncoletta comemorou ainda o fato de ter aumentado a consciência da população sobre a valorização do comércio local. E que para o final do ano tem sido planejado um grande projeto, envolvendo a ACIA, a Prefeitura, a Câmara Municipal e ainda as entidades ligadas ao turismo, para incentivar a economia local no geral, não apenas o comércio.
Há ainda perspectiva de recuperação para o fim do ano, mas ainda em patamar menor que o período pré-pandemia. “Se a referência for 2020, com certeza será melhor. Se levarmos em consideração período anterior da pandemia, não acredito que será melhor. As comemorações ainda serão diferentes, já que muitos perderam entes queridos nessa pandemia. Mas as empresas estão retomando atividades, se reprogramando”.
Roncoletta falou ainda sobre o fato de, apesar de Atibaia ser considerada uma cidade turística, haver poucos comércios abertos aos finais de semana e feriados. “Cidade é turística, comercial e industrial. Temos que fazer trabalho grande para incentivar o comércio aos finais de semana, mas a questão trabalhista é complicada. Há ainda a questão fiscal e seria interessante ter algum incentivo com relação a redução de impostos e tributos”, analisou.
Ele citou o quadrilátero do Centro e região da Alameda Lucas Nogueira Garcez como região forte como polo turístico, sendo necessário incentivar a abertura em horários diferenciados, mas sem esquecer as dificuldades dos pequenos empreendimentos.
Ele ainda ressaltou que a região do Caetetuba, Imperial e Cerejeiras já está virando polo de comércio forte e é preciso um olhar atento para essa região.
Roncoletta disse acreditar em cenário positivo para Atibaia. “Temos cenário muito bom pela frente. A cidade se tornou uma grande marca e as perspectivas são excelentes. O empreendedor pode acreditar e investir, pois teremos dias muito bons pela frente”, finalizou.