Conheça o Programa Nacional de Imunizações, trunfo do Brasil para vacinação contra a Covid-19

Mais antigo que o SUS, PNI é mundialmente reconhecido pelo sucesso no enfrentamento de doenças como o sarampo e a poliomielite.

As atenções do país inteiro se voltaram para divulgação do Plano de vacinação contra a Covid-19 nos últimos dias. No entanto, você sabia que o Brasil já possui uma estratégia mundialmente reconhecida como uma das melhores do planeta?

A experiência, a estrutura e os resultados adquiridos através do Programa Nacional de Imunizações (PNI) ajudam o governo federal, estados e municípios para enfrentar a pandemia. Aliás, ele é mais antigo do que o próprio Sistema Único de Saúde (SUS), e já tem diminuído índices de doenças como a poliomielite e o sarampo.

O Ministério da Saúde preparou a seguinte lista para apresentar o PNI a quem não conhece e, para quem já conhece, reforçar os motivos que ilustram a efetividade que o programa poderá ter na vacinação contra o coronavírus.

O que é o PNI e como ele surgiu?

– Em 1804, o Brasil enfrentava a varíola com a chegada das primeiras vacinas da história do país, que organizou a primeira campanha nacional em 1808.

– Como resultado desta mobilização, os últimos casos da doença foram registrados em 1971.

– Dois anos depois (18/09/1973), o governo federal elaborou o Programa Nacional de Imunizações, para distribuir doses para todos os brasileiros, em todos os estados, nas unidades de Saúde e com equipes de vacinação.

– Com quase cinco décadas de existência, o PNI é referência mundial de cobertura imunológica, responsável pela diminuição e, em alguns casos, erradicação de doenças.

– O PNI é, hoje, parte integrante do Programa da Organização Mundial da Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Quais doenças já sumiram do mapa no Brasil graças ao PNI?

– Varíola

– Poliomielite: O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraíba em março de 1989.

– Rubéola

– Síndrome da Rubéola Congênita

– Tétano Neonatal

Como o Brasil oferta, gratuitamente, vacinas para todos ao longo do ano?  

– O Sistema Único de Saúde garante a disponibilização de 300 milhões de doses, todos os anos, que compõem o calendário de vacinação brasileiro.

– Qualquer um no Brasil pode se imunizar contra diversas doenças nas mais de 36 mil salas de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). São todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde, além de imunobiológicos especiais, de alto custo financeiro, para grupos em situação de maior risco.

– Todo cidadão pode ter controle da própria situação vacinal a partir do cartão de vacinação.

– Ao todo, são disponibilizadas na rotina de imunização 19 vacinas, cuja proteção inicia nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida.

– Para manutenção de vacinas específicas, o PNI conta com a Rede de Frio, destinada à conservação dos produtos e por modernos e bem equipados Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais – CRIE.

O PNI recebeu reforços para enfrentar a Covid-19?

– O Brasil já garantiu mais de 300 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por meio dos acordos com a Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses). Além destas encomendas, o país terá capacidade de produção, o que resultará em mais 110 milhões de doses previstas para o segundo semestre de 2021.

– O governo federal tem ainda memorandos de entendimento com os laboratórios da Pfizer (70 milhões de doses –  8,5 milhões até junho de 2021, sendo 2 milhões de doses previstas para o primeiro trimestre) e da Janssen (38 milhões de doses – dessas, 3 milhões já para segundo trimestre de 2021).

– Para viabilizar estes memorandos e outros futuros acordos, foi editada uma Medida Provisória que libera crédito extra de R$ 20 bilhões, destinados para o PNI contra a Covid-19.

– No dia 29 de dezembro, teremos o Pregão Eletrônico nº 159/2020 de menor preço para aquisição de mais de 330 milhões seringas e agulhas de diversos modelos visando atender ao Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19 e sarampo ao longo de 2021.

– Recursos de aproximadamente R$ 177,6 milhões reforçam a qualidade da estrutura da Rede de Frio Nacional e da cadeia de frio, além da vigilância, detecção e análise de síndromes respiratórias aguda, como a Covid-19.

– Todas as empresas aéreas brasileiras se disponibilizaram para transportar, de forma gratuita, vacinas e insumos para várias cidades.

– Em termos de logística rodoviária, a frota atual conta com 100 baús refrigerados, e deve se expandir para 150 veículos até o fim de janeiro de 2021. Toda frota possui sistema de rastreamento e bloqueio via satélite.

Contra quais doenças posso me proteger através do PNI?

– Conheça, abaixo, cada uma das 18 vacinas oferecidas às crianças e adolescentes conforme o Calendário Nacional de Vacinação brasileiro:

BCG: A vacina protege contra formas graves de tuberculose, meníngea e miliar. A vacina é composta por uma bactéria viva atenuada e deve ser administrada uma dose única ao nascer.

Hepatite B – Imuniza contra a hepatite B. É composta por antígeno recombinante de superfície do vírus purificado. Deve ser administrada, por via intramuscular, uma dose ao nascer, o mais precocemente possível, nas primeiras 24 horas, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade.

DTP+Hib+HB (Penta) – Vacina utilizada no combate à difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae B e hepatite B. Devem ser administradas, por via intramuscular, três doses, aos dois, quatro e seis meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias.

Poliomielite 1,2,3 (VIP – inativada) – A vacina é administrada em três doses e é composta pelo vírus inativado tipos 1, 2, e 3 no combate à poliomielite. A primeira dose dever ser administrada aos dois meses, a segunda aos quatro meses e a terceira dose aos seis meses de vida da criança. A orientação é aplicar injeção em intervalo máximo de 60 dias e o mínimo de 30 entre uma e outra por via intramuscular.

Pneumocócica 10 valente (Pncc 10) – Vacina administrada no combate à Pneumonias, Meningites, Otites e Sinusites pelos sorotipos que compõem a vacina. O esquema vacinal consiste na administração de duas doses e um reforço. A primeira deve ser administrada aos dois meses de idade, a segunda aos quatro e o reforço aos 12 meses. A administração é realizada por via intramuscular.

Rotavírus humano G1P1 (VRH) – Protege contra a diarréia causada pelo rotavírus. Devem ser administradas duas doses, aos dois e quatro meses de idade, por via oral.

Meningocócica C (conjugada) – Protege contra a meningite meningocócica tipo C.  Devem ser administradas, por via intramuscular, duas doses, aos três e cinco meses de idade e um reforço aos 12 meses.

Febre Amarela (Atenuada) – Protege contra a febre amarela. Deve ser administrada, por via subcutânea, uma dose aos nove meses de vida e uma dose de reforço aos quatro anos de idade.

Poliomielite 1 e 3 (VOP – atenuada) – A vacina protege contra o poliovírus tipo 1 e 3 e, é administrada como reforço, por via oral, sendo o primeiro realizado aos 15 meses e o segundo aos quatro anos de idade.

Difteria, Tétano, Pertussis (DTP) – Esta vacina protege contra a difteria, tétano e a coqueluche e é administrada como reforço, por via intramuscular, sendo o primeiro realizado aos 15 meses e o segundo aos quatro anos de idade.

Sarampo, Caxumba, Rubéola (SCR) – Composta pelo vírus vivo atenuado do sarampo, caxumba e rubéola. A primeira dose deve ser administrada, por via subcutânea, aos 12 meses de idade e o esquema de vacinação deve ser completado com a administração da vacina tetra viral aos 15 meses de idade (corresponde à segunda dose da vacina tríplice viral e à primeira dose da vacina varicela).

Sarampo, Caxumba, Rubéola, Varicela (SCRV) – Vacina composta pelo vírus vivo atenuado do sarampo, caxumba, rubéola e varicela. Corresponde a segunda dose da vacina tríplice viral e deve ser administrada aos 15 meses de idade por via subcutânea.

Hepatite A (HA) – A vacina que combate a doença de mesmo nome é um antígeno do vírus da hepatite A, inativada. Deve ser administrada uma dose aos 15 meses de idade por via intramuscular.

Varicela – A varicela é composta do vírus vivo atenuado da varicela. Deve ser administrada, por via subcutânea, uma dose aos quatro anos de idade. Corresponde à segunda dose da vacina varicela, considerando a dose de tetra viral aos 15 meses de idade.

Diftéria, Tétano (dT) – Vacina que protege contra a diftéria e tétano. Deve ser administrada, por via intramuscular, a partir de sete anos de idade. Se a pessoa estiver com esquema vacinal completo (três doses) para difteria e tétano, administrar uma dose a cada 10 anos após a última dose.

Papilomavírus humano (HPV) – Vacina responsável por combater o Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante). Devem ser administradas, por via intramuscular, duas doses, com intervalo de seis meses entre as doses, nas meninas de 9 a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias) e nos meninos de 11 a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias).

Pneumocócica 23-valente (Pncc 23) – Esta vacina é indicada no combate à Meningites bacterianas, Pneumonias, Sinusite etc. Deve ser administrada, por via intramuscular, uma dose em todos os indígenas a partir de cinco anos de idade sem comprovação vacinal com as vacinas pneumocócicas conjugadas.

Influenza – Vacina que protege contra a influenza. Deve ser administrada, por via intramuscular, uma ou duas doses durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, conforme os grupos prioritários definidos no Informe da Campanha.

Rodrigo Vasconcelos
Ministério da Saúde