Dia do Idoso motiva superação de preconceitos e equívocos

Em 14 de dezembro de 1990, a Assembleia Geral das Nações Unidas designou o dia 1º de outubro como o Dia Internacional das Pessoas Idosas. O objetivo foi incentivar os países à superação de preconceitos e equívocos sobre pessoas idosas e envelhecimento, e permitir que esses indivíduos realizem seu potencial. Nas próximas décadas, a população idosa no mundo deverá mais que dobrar, atingindo mais de 1,5 bilhão de pessoas em 2050.
No Brasil, a Lei nº 10.741/2003 instituiu o Estatuto da Pessoa Idosa, legislação específica destinada a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Em 2006, a Lei nº 11.433 escolheu também o 1º de outubro (data da promulgação do Estatuto da Pessoa Idosa) como Dia Nacional do Idoso. Infelizmente, muitos ainda não têm acesso aos recursos básicos para viver com sentido e dignidade. Muitos enfrentam barreiras que impedem sua plena participação na sociedade. Para promover o envelhecimento saudável e melhorar a vida dos idosos e suas famílias e comunidades, mudanças fundamentais são necessárias. Tanto que a Assembleia Geral da ONU, ao proclamar a Década do Envelhecimento Saudável das Nações Unidas (2021–2030), enfatizou a colaboração global, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que reúne governos, sociedade civil, agências internacionais, profissionais, academia, mídia e iniciativa privada, em prol de melhorias para a vida dos idosos.
Como é o meu caso neste giro do planeta? Completar 10 setênios ou 7 décadas de vida – e, a partir de amanhã, iniciando o 71º ano de vida – é ter muito material para lembrar, digerir e completar quebra-cabeças. Além desse exercício produtivo e positivo, sinto-me grato à Vida e a Deus pelo presente de estar bem, ter uma família, uma profissão, pertencer a uma maravilhosa comunidade religiosa e acordar de manhã usufruindo dessa prosperidade, desse Amor Universal, dessa fé de que a humanidade vai dar a volta por cima e começar um novo ciclo para o planeta. Claro que existem também coisas menores como o etarismo, ainda bastante forte na sociedade brasileira, um dos aspectos do atraso espiritual, material e emocional que resiste entre nós.
O etarismo é esse preconceito entranhado/enraizado contra o idoso, o “velho”, principalmente aquele indivíduo que, homem ou mulher – por motivo de doença, depressão, disfunções familiares ou outros males da idade – precisa de mais atenção, mais apoio, mais estímulo, mais espaço num ambiente social que só valoriza o jovem cheio de vida e coragem, vistoso, forte, “invencível”. Muitos jovens e novos adultos não suportam ver a fragilidade, a vulnerabilidade, a sensibilidade cheia de experiência dos que chegaram à terceira idade. Também não suportam ver a energia, a inteligência, a atuação ampla, o projeto de continuidade ancestral e o aprendizado contínuo de quem amadureceu e envelheceu com mais autodomínio, autocontrole emocional e sabedoria de vida.