Queimadas e incêndios florestais se concentram em locais estratégicos para o abastecimento de água nas Bacias PCJ

Diante do baixo volume dos reservatórios do Sistema Cantareira, o olhar cuidadoso para as áreas mais atingidas pelo fogo e a adoção de medidas preventivas adequadas são essenciais para proteção dos recursos hídricos
Além de gerar prejuízos para os ecossistemas, a saúde da população e a economia, as queimadas não autorizadas e os incêndios florestais colocam em risco os recursos hídricos que abastecem as Bacias PCJ, área territorial das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que englobam os estados de São Paulo e Minas Gerais.

 

 

Embora a região das Bacias PCJ conte com diversas fontes de água, há uma tendência de redução na disponibilidade hídrica devido ao crescimento populacional. Outro fator significativo, com forte potencial de prejudicar a produção e, consequentemente, a disponibilidade de água, é a perda de vegetação associada aos incêndios florestais e queimadas não autorizadas.
Além de contribuir para o abastecimento de 6 milhões de habitantes, de 76 municípios, uma parcela significativa de água das Bacias PCJ é revertida para a Bacia do Alto Tietê por meio do Sistema Cantareira, responsável por fornecer água para 8,8 milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo.
Visando proteger os recursos hídricos de territórios que abastecem o Sistema Cantareira, foi criada em 1988 a APA (Área de Proteção Ambiental) Estadual do Sistema Cantareira, formada pelos municípios de Atibaia, Piracaia, Nazaré Paulista, Bragança Paulista, Joanópolis, Vargem e Mairiporã. O processo de planejamento e implementação do Sistema Cantareira foi iniciado nos anos 1970, com a construção e interligação dos reservatórios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro.
Em agosto deste ano, os reservatórios atingiram um volume inferior a 40%, obrigando o Governo de São Paulo a adotar medidas para preservar o nível de água. A partir de 1 de setembro, o Sistema Cantareira passa a operar na faixa de alerta, o que não ocorria desde dezembro de 2022, conforme informações divulgadas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas).