Chuvas: Abastecimento de água volta a operar normalmente em Atibaia, mas ainda preocupa
A Operação Estiagem terminou em outubro e não está em vigor a queda de pressão da água. Novos períodos de seca, no entanto, podem exigir medidas de contenção.
O Atibaiense – Da redação
Atibaia voltou a ter o abastecimento de água normalizado em todos os setores do município, sem a necessidade de novas ações de controle de pressão da água que causaram prejuízos ao abastecimento e até mesmo falta de água em alguns pontos. O momento, no entanto, exige cautela, já que começa agora um período de altas temperaturas e de muito consumo, com feriados e festas de final de ano.
A SAAE explica que há captação normal no Córrego do Onofre, que há algumas semanas estava praticamente sem condições de captar água. Mas já existe uma queda de vazão natural do Onofre nos.últimos dias, pois não chove há seis dias e as temperaturas continuam altas, na média de 30º.
O abastecimento geral, levando em conta também a ETA Central, está dentro da faixa normal de operação do sistema, segundo a SAAE, com flutuação de nível de reservação: diminuindo durante o dia (aumento do consumo) e recuperando durante a noite (redução do consumo).
A Operação Estiagem terminou agora em outubro e não houve necessidade recente de redução de pressão. “Estamos monitorando o comportamento do abastecimento e, se forem necessárias intervenções, divulgaremos atualizações do plano pelos meios oficiais de comunicação da SAAE e informaremos a imprensa local. É importante ressaltar que a participação da população foi muito importante para transpormos este período, com a prática do consumo consciente”, destacou a autarquia em nota enviada ao jornal O Atibaiense.A SAAE também segue em atenção e, se necessário, iniciará a Operação Verão.
As chuvas da semana passada colaboraram para dar um fôlego ao abastecimento, mas não foram suficientes ainda. O Sistema Cantareira, por exemplo, opera com queda nos reservatórios. Nesta sexta-feira, dia 01/11, estava com 46,35% do volume. Há um mês (01/10), eram 50,61%.
O Consórcio PCJ, em seu mais recente boletim hidrológico, alerta que as chuvas no mês de setembro se enquadraram 82% abaixo da média, que é de 55,6 mm. Dados da Sala de Situação PCJ afirmam também que, assim como nos meses anteriores do ano, as vazões dos rios permaneceram abaixo da média histórica.
O Sistema Cantareira apresentou uma maior redução em seu volume útil total em comparação ao mês anterior, operando ao término de setembro, com 50,9% de volume armazenado. Em outubro, o Sistema Cantareira operou na condição de “Atenção”, quando o volume é menor ou igual à 60%.
“É importante ressaltar que o Sistema Cantareira iniciou o processo de redução de volumes em maio, uma vez que no fim de abril estava com seu maior volume do ano: 85,7%. O documento também evidencia que os meses de abril e junho praticamente não registraram chuvas no Sistema Cantareira, sendo o pior cenário o mês de junho.Desde então, o volume útil do Sistema Cantareira vem baixando gradativamente ao longo da estiagem, quando saiu de 78,0% ao final de março para 50,9% ao final de setembro, valor esse, já inferior ao menor volume observado no ano passado, quando em setembro de 2023 o Cantareira registrou 67,4%”, diz o boletim.
O Consórcio PCJ recomenda aos municípios e empresas associadas para investirem em planos de contingenciamento para secas e eventos extremos, além de investimentos em sistemas de aproveitamento de água de chuva e reuso da água, como por exemplo, a construção de bacias de retenção, cisternas, reservatórios, piscinões ecológicos, dentre outras tecnologias. “A estiagem em 2024 tende a ser mais intensa devido ao fenômeno climático “La Niña”, que deve reduzir os volumes de precipitação na região”, alerta o Consórcio PCJ em sua análise.